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Flávio Bolsonaro: parentes da ex-mulher do meu pai eram, sim, meus assessores

O senador Flávio Bolsonaro (PSL-RJ) no plenário do Senado, em Brasília - 01.out.2019 - Mateus Bonomi/Agif/Estadão Conteúdo
O senador Flávio Bolsonaro (PSL-RJ) no plenário do Senado, em Brasília Imagem: 01.out.2019 - Mateus Bonomi/Agif/Estadão Conteúdo

Gregory Prudenciano

São Paulo

19/12/2019 19h51

Em vídeo publicado no YouTube nesta quinta-feira, 19, o senador Flávio Bolsonaro (sem partido-RJ), filho do presidente Jair Bolsonaro, disse que os parentes de Ana Cristina Siqueira Valle cujos endereços foram alvos nesta quarta-feira, 18, de mandados de busca e apreensão no contexto de uma investigação do Ministério Público do Rio (MP-RJ) trabalharam de fato como seus ex-assessores. Ana Cristina é ex-mulher do presidente Jair Bolsonaro.

"As pessoas trabalhavam em Resende, e como era uma distância longa da cidade até o meu gabinete, trabalhavam lá. Todo político tem isso. Nem sempre os assessores ficam dentro do gabinete", argumentou o senador. Para o MP, há indícios de que estes ex-assessores poderiam ser funcionários-fantasmas do gabinete de Flávio, então deputado estadual na Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro (Alerj).

Apartamentos

No vídeo, o senador se defendeu das suspeitas levantadas pelo MP-RJ de que teria lavado dinheiro obtido por meio de suposta prática de "rachadinha" comprando dois apartamentos em Copacabana, no Rio. A operação envolve R$ 638,4 mil.

"Só porque consegui comprar um apartamento num preço bom, estou lavando dinheiro? São duas quitinetes que eu comprei, de 29 m2, sem vaga na garagem, 'cacarecadas', em Copacabana. Comprei de um grupo de investidores americanos que estava saindo do Brasil e eles me ofereceram três imóveis. Como eu não tinha dinheiro, eu comprei só dois", disse o senador. "É óbvio que eu consegui um preço melhor porque eram dois imóveis dos mesmos vendedores. Eu tenho que comprar mais caro para não ter suspeita? Que loucura é essa?" questionou.

Segundo Flávio, as acusações do MP fazem parte de uma "perseguição absurda do Rio de Janeiro em cima de mim porque querem me atingir para tentar atingir o presidente da República", Jair Bolsonaro, de quem é filho. O senador também disse que tem um patrimônio "muito menor" do que afirmaria o MP, de R$ 9 milhões. No entanto, o parlamentar não citou valores.

Boleto

Sobre a afirmação do MP de que o policial militar Diego Sodré de Castro Ambrósio teria pago um boleto de R$ 16.564,81 emitido em nome da esposa do senador, Fernanda Bolsonaro, o parlamentar disse que Diego, que é seu amigo, teria pago o boleto porque "o banco já tinha fechado e eu não tinha aplicativo no telefone na época". O boleto é referente a uma parcela de um apartamento. O valor do pagamento não foi mencionado pelo senador no vídeo publicado.

"Qual o problema nisso? Aí vão cruzar as informações dos depósitos bancários... Como ele Diego é um pequeno empresário bem-sucedido, comprava produtos na minha loja no final do ano para dar de presente para os seus clientes", disse Flávio, em referência à loja de chocolates da qual é sócio em um shopping center na Barra da Tijuca, no Rio e Janeiro.