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Bolsonaro afirma que pode prestar depoimento pessoalmente à PF

Presidente diz não ter problemas em falar com a Polícia Federal - Adriano Machado
Presidente diz não ter problemas em falar com a Polícia Federal Imagem: Adriano Machado

Julia Lindner

Brasília

03/06/2020 13h05

O presidente Jair Bolsonaro afirmou que pode prestar depoimento presencialmente à Polícia Federal no inquérito que investiga se houve interferência política na PF. Segundo Bolsonaro, o inquérito acabará sendo arquivado, mas ele prestará esclarecimentos "sem problema nenhum".

"Eu acho que esse inquérito que está na mão do senhor (ministro) Celso de Mello (do Supremo Tribunal Federal) vai ser arquivado. A PF vai me ouvir, estão decidindo se vai ser presencial ou por escrito, para mim tanto faz. O cara, por escrito, eu sei que ele tem segurança enorme na resposta porque não vai titubear. Ao vivo pode titubear, mas eu não estou preocupado com isso. Posso conversar presencialmente com a Polícia Federal, sem problema nenhum", disse o presidente na noite de terça-feira, 2, no Palácio da Alvorada.

Na semana passada, a PF afirmou em documento enviado ao STF que "mostra-se necessária a realização" do depoimento que apura se houve ingerência por parte dele, baseado em acusações do ex-ministro da Justiça, Sérgio Moro. Nesta terça, 2, o procurador-geral da República, Augusto Aras, manifestou-se favorável ao depoimento.

Após a polêmica do vídeo da reunião ministerial do dia 22 de abril, tornado público por decisão judicial que faz parte do inquérito, Bolsonaro afirmou que o próximo encontro será aberto à imprensa.

Ministério da Segurança

Na mesma entrevista, Bolsonaro voltou a dizer que tem intenção de desmembrar o Ministério da Segurança Pública do Ministério da Justiça. Como mostrou o Broadcast/Estadão (sistema de notícias em tempo real do Grupo Estado), Bolsonaro está decidido a recriar a pasta, mas estuda o melhor momento. Nesta quinta, 4, ele deve se reunir com a bancada da bala para tratar do assunto, que faz lobby para que a decisão seja tomada até julho.

A jornalistas, Bolsonaro não quis se comprometer com a indicação do ex-deputado Alberto Fraga (DEM-DF) para o comando do novo ministério. "Não vou dizer que seja ele nem que não seja. Sou amigo do Fraga desde 1982. Ele está livre de todos os problemas que teve aí, é um grande articulador. Ele é cotado, mas nada de bater o martelo não", declarou.