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Saúde nega atraso proposital na divulgação de recorde de mortos pela covid-19

30.mai.2020 - Corpo de vítima do coronavírus é sepultado no Cemitério Municipal Recanto da Paz, em Breves, Ilha de Marajó, no Pará - Tarso Sarraf/Estadão Conteúdo
30.mai.2020 - Corpo de vítima do coronavírus é sepultado no Cemitério Municipal Recanto da Paz, em Breves, Ilha de Marajó, no Pará Imagem: Tarso Sarraf/Estadão Conteúdo

Mateus Vargas

Brasília

04/06/2020 20h33Atualizada em 04/06/2020 20h57

O Ministério da Saúde negou atraso proposital a divulgação de dados sobre infectados e mortos pelo novo coronavírus feita ontem, quando foram confirmadas 1.349 em 24h, número recorde ao País.

"Essas situações podem acontecer, porque esse processo de checagem é muito variável", disse hoje o secretário substituto de Vigilância em Saúde, Eduardo Macário.

A divulgação tem sido feita cada vez mais tarde. No começo da pandemia, ainda na gestão de Luiz Henrique Mandetta (DEM), a situação epidemiológica era apresentada diariamente em entrevista à imprensa. Desde o começo de maio, os dados passaram a ser divulgados depois das 19h e são comentados por técnicos apenas em declarações a jornalistas no dia seguinte.

Ontem, dia de maior número de mortes confirmadas em 24 horas, a equipe do Ministério da Saúde informou que o dado sairia apenas às 22h por problemas técnicos. Até a publicação desta matéria, às 20h09, os dados de hoje ainda não haviam sido divulgados.

O número de vítimas registradas de um dia para o outro não significa que todas as mortes ocorreram neste período. Os dados consideram casos que só foram confirmados recentemente, mas podem ter ocorrido semanas antes.

O dia com maior número de mortes (670) pela covid-19 no Brasil foi 12 de maio. Há, porém, ao menos 4.115 mortes em investigação, o que ainda irá redistribuir os registros de vítimas e pode alterar a data de recorde de mortes.

Macário disse achar "lamentável" que a imprensa trate como recorde o número de óbitos confirmados em 24 horas, pois nem todos ocorreram neste período. "Não estou menosprezando a importância de informação, de casos e óbitos. Somente não concordo com essa colocação."