Contra suspeição de Moro, advogados pedem análise sobre competência de Curitiba
O movimento é uma manobra para retomar a estratégia inicial de Fachin, que ao anular as condenações de Lula queria dar como encerrada a discussão sobre a suspeição do ex-juiz Sérgio Moro. O ministro acabou duplamente vencido na Segunda Turma: os colegas entenderam que a análise deveria ser retomada e, ao final do julgamento, formaram maioria para declarar Moro parcial no caso do triplex.
"Uma vez confirmada (se confirmada) a incompetência do Juízo da Vara de Curitiba, entende-se que ficará prejudicada a questão relativa à suspeição do Juízo, porque com tal reconhecimento o processo retorna à fase de recebimento da denúncia apresentada pelo Ministério Público Federal, decidindo o Magistrado de primeiro grau se aproveita os atos instrutórios do processo ou não, inclusive prevenindo possível prescrição na esfera penal", argumentam os advogados.
Na outra ponta, a defesa de Lula tenta manter a análise dos processos do petista na Segunda Turma. Os advogados pedem que o colegiado reafirme sua competência para analisar os casos do ex-presidente. Como a questão de ordem não foi analisada no julgamento que declarou a suspeição de Moro, a defesa tentou outro caminho: enviou na semana passada um novo pedido no âmbito da reclamação que garantiu a Lula acesso às mensagens apreendidas na Operação Spoofing.
Para a defesa dos procuradores, a pretensão "desafia a autoridade do Plenário do STF, principalmente se considerado que a afetação ao Plenário pelo Relator é providência irrecorrível". "Tenha-se presente também que foi a própria defesa técnica do ex-Presidente da República Luiz Inácio Lula da Silva que impetrou em novembro de 2020 o HC relativo à incompetência do Juízo (HC no 193.726), ou seja, depois de já iniciado o julgamento do HC da suspeição (HC no 164.493) e interrompido por pedido de vista, não lhe cabendo escolher qual matéria deve ser julgada antes ou depois", argumentam.
Uma eventual reanálise do processo que declarou a suspeição de Moro pode se dar no âmbito do julgamento, previsto para a primeira quinzena de abril, em que o Plenário do Supremo vai decidir se confirma ou não a decisão de Fachin - que anulou as condenações impostas pela Lava Jato ao ex-presidente e reabilitou o petista a disputar as próximas eleições.
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