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Mourão diz que ato pró-Bolsonaro previsto para 7 de setembro é 'fogo de palha'

Gustavo Côrtes

Do Estadão Conteúdo, em São Paulo

23/08/2021 12h26Atualizada em 23/08/2021 13h55

O vice-presidente Hamilton Mourão chamou de "fogo de palha" a manifestação convocada em apoio ao governo para o dia 7 de setembro, data em que se celebra a independência do Brasil. "Isso aí tudo é fogo de palha, zero preocupação", disse Mourão nesta segunda-feira, 23, depois de ser questionado sobre a possibilidade de haver investidas golpistas no dia.

Conforme informou o Estadão, o coronel da reserva da Polícia Militar (PM) de São Paulo Ricardo Augusto Nascimento de Mello Araújo convocou milhares de policiais para a mobilização bolsonarista. Atualmente, ele é diretor-presidente da Companhia de Entrepostos e Armazéns Gerais de São Paulo (Ceagesp).

Segundo o vice-presidente, o regulamento disciplinar das Forças Armadas prevê punição para oficiais da ativa que se manifestem politicamente. "Todo pronunciamento de caráter político feito por um militar da ativa está sujeito ao regulamento disciplinar. O comando da Polícia Militar de São Paulo deve estar tomando providências a este respeito", disse.

No entanto, há precedente que indica uma prática oposta à da previsão feita por Mourão. O ex-ministro da Saúde Eduardo Pazuello, general do Exército, participou de ato em favor do presidente Jair Bolsonaro (sem partido) realizado no Rio de Janeiro no dia 3 de junho. Apesar de infringir o regulamento disciplinar da Força, que veda a participação de militares da ativa em manifestações políticas, não houve qualquer punição a Pazuello.

O governo Bolsonaro teve início em 1º de janeiro de 2019, com a posse do presidente Jair Bolsonaro (então no PSL) e de seu vice-presidente, o general Hamilton Mourão (PRTB). Ao longo de seu mandato, Bolsonaro saiu do PSL e ficou sem partido até filiar ao PL para disputar a eleição de 2022, quando foi derrotado em sua tentativa de reeleição.