Gilmar Mendes diz que pediu a Bolsonaro canal de diálogo para evitar 'fofocas'
Em meio à crise institucional no pais, o ministro do STF (Supremo Tribunal Federal) Gilmar Mendes reforçou a necessidade do diálogo e que os Poderes estejam de "portas abertas" para esclarecimentos. De acordo com o ministro, ele disse ao presidente Jair Bolsonaro (sem partido) que é preciso ter "canais diretos" para acabar com "teorias conspiratórias" que circulam entre as instituições.
Mendes classificou que, entre os Poderes, há um ambiente de "muito mexerico e fofocas" pela falta de diálogo. "Acho fundamental que nós dialoguemos, estejamos com as portas abertas, inclusive para fazer esses esclarecimentos", defendeu, em entrevista à Globo News hoje.
Gilmar Mendes reforçou a analogia de que a democracia é uma planta que deve ser cultivada e cuidada. Segundo o ministro, apesar de haver regras definidas na Constituição, há pontos que não estão escritos, como o respeito ao outro e a tolerância entre as instituições.
Na defesa pelo balanceamento entre os Poderes, ele enfatizou que há momentos em que "nem sempre temos razão e o outro pode ter. Tudo isso precisa ser contemplado".
Em uma avaliação sobre a história da democracia brasileira, o ministro avaliou que, nos anos de regime democrático, as instituições têm dado prova de resiliência e resiliência.
Apesar do tom positivo, ele ponderou que é possível que o país nunca tenha enfrentado um ambiente tão "conflitivo e incivilizado" como nos últimos tempos. "É preciso ajudar a baixar a temperatura, ideia de que somos mais fortes porque xingamos", pediu.
Na esteira da busca pelo diálogo entre os Poderes, no entanto, Mendes defendeu a Corte Suprema dos recentes ataques que vem sofrendo. Como aponta, preconceitos, como homofobia, transfobia e racismo, constituem os limites da liberdade de expressão.
Mendes dá o exemplo da prisão do ex-deputado federal e presidente do PTB, Roberto Jefferson, no dia 13 de agosto. O ministro do STF defendeu a prisão preventiva, autorizada pelo ministro Alexandre de Moraes, e declarou que as atitudes de Jefferson extrapolam o direito à liberdade de expressão assegurada na Constituição.
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