Lira rechaça risco de ruptura institucional: 'Não haverá nada no 7/9'
Em fala para tranquilizar os ânimos do mercado, o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), disse que não deve ocorrer nenhum gesto de golpe ou ruptura institucional em protestos bolsonaristas agendados para 7 de setembro.
"Só se fala em 7 de setembro. O humor das bolsas dos mercados está na hipótese do 7 de setembro. Pelo amor de Deus, não haverá nada no 7 de setembro", disse Lira em evento patrocinado pela Febraban (Federação Brasileira de Bancos).
"A gente tem que se esforçar para que os movimentos de rua aconteçam e sejam pacíficos. Grandes ou pequenos, isso é irrelevante", defendeu o deputado alagoano. "Não haverá ruptura institucional", assegurou o presidente da Câmara em outro momento do evento.
Lira também disse que "a antecipação do processo eleitoral machuca o país", no sentido de que as disputas polarizadas no campo político estão comprometendo a retomada da economia brasileira.
"Temos uma polarização nociva ao Brasil. É uma briga de Justiça com Executivo, e temos que ter toda a paciência do mundo para que isso seja diluído, com muita conversa, para que o Brasil possa deslanchar", argumentou.
Bolsonaro planeja estar presente em manifestações agendadas para 7 de setembro, vistas com preocupação entre militares, pela OAB-SP (Ordem dos Advogados do Brasil em São Paulo) e por governadores, que temem uma politização bolsonarista nas polícias militares.
Os atos bolsonaristas vêm um contexto de crise entre o Executivo — representado pelo presidente Jair Bolsonaro (sem partido) — e o Judiciário — representado pelo STF (Supremo Tribunal Federal), especialmente pelo ministro Alexandre de Moraes.
Na última sexta-feira (20), cumprindo o que já havia prometido, Bolsonaro apresentou ao Senado um pedido de impeachment contra Moraes, se tornando o primeiro presidente da República a pedir formalmente a destituição de um ministro do STF.
No documento encaminhado ao presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (DEM-MG), que já decidiu por rejeitar e arquivar o pedido, Bolsonaro disse que o Judiciário tem atuado como um "ator político" e questionou a condução de Moraes em um inquérito sobre fake news.
Em 13 de junho, o presidente nacional do PTB, Roberto Jefferson, foi preso preventivamente após determinação de Moraes. O ex-deputado federal é suspeito de integrar uma milícia digital que atua contra a democracia e o STF.
Já na última sexta-feira, o cantor sertanejo Sérgio Reis, o deputado federal Otoni de Paula (PSC-RJ) — ambos bolsonaristas —, entre outros, foram alvos de uma operação da PF (Polícia Federal). Os mandados também foram expedidos por Moraes.
Contra Reis, a operação foi motivada após, em vídeo que viralizou nas redes sociais, o cantor sertanejo convocar, para 7 de setembro, uma greve nacional de caminhoneiros para protestar contra todos os ministros do STF.
"Se em 30 dias eles (Senado) não tirarem aqueles caras [do STF], nós vamos invadir [o prédio do Supremo], quebrar tudo e tirar os caras na marra", exclamou o cantor na gravação.
Na última segunda-feira (23), governadores de 24 estados e do Distrito Federal enviaram um convite ao presidente Bolsonaro e aos demais chefes dos Poderes — incluindo Lira — para um encontro de pacificação de relações.
* Com informações da Estadão Conteúdo, em Brasília, e da Reuters, em São Paulo
ID: {{comments.info.id}}
URL: {{comments.info.url}}
Ocorreu um erro ao carregar os comentários.
Por favor, tente novamente mais tarde.
{{comments.total}} Comentário
{{comments.total}} Comentários
Seja o primeiro a comentar
Essa discussão está encerrada
Não é possivel enviar novos comentários.
Essa área é exclusiva para você, assinante, ler e comentar.
Só assinantes do UOL podem comentar
Ainda não é assinante? Assine já.
Se você já é assinante do UOL, faça seu login.
O autor da mensagem, e não o UOL, é o responsável pelo comentário. Reserve um tempo para ler as Regras de Uso para comentários.