Operação no MA mira empresa de deputado por suspeita de fraudes de R$ 160 mi
O Ministério Público e a Polícia Civil do Maranhão desencadearam na manhã desta quarta-feira, 6, a operação 'Maranhão Nostrum' para investigar supostas fraudes em licitações para a contratação da empresa Águia Farma Distribuidora de Medicamentos, que tem em seu quadro societário o deputado Josimar de Maranhãozinho (PL-MA).
De acordo com a promotoria, os certames envolveram contratos fechados com os municípios de Araguanã, Carutapera, Centro do Guilherme, Maranhãozinho, Pedro do Rosário e Zé Doca entre 2014 e 2018, período no qual foi movimentado o montante de R$ 159.745.884,37. Josimar foi prefeito de Maranhãozinho entre 2005 e 2012.
Em dezembro do ano passado, Josimar foi alvo da Polícia Federal na Operação Descalabro - investigação sobre suposto esquema de desvio de emendas parlamentares destinadas à Saúde do Maranhão, com direcionamento de licitações. Na ocasião, a corporação estimou que as fraudes teriam ocorrido de abril a dezembro daquele ano e poderiam ter gerado prejuízo de R$ 15 milhões.
As investigações que culminaram na 'Maranhão Nostrum' tiveram início em 2018 e apontam que Josimar e Irismar Cunha Rodrigues são ainda sócios de outra empresa, a Construtora Madry - que, apesar de não ter contratado com nenhum município, recebeu valores de outras empresas vencedoras de licitações, segundo o MP-MA.
A ofensiva cumpre mais de 60 mandados de busca e apreensão em 13 municípios do Maranhão - São Luís, Maranhãozinho, Zé Doca, Araguanã, Carutapera, Centro do Guilherme, Pedro do Rosário, Pinheiro, Santa Inês, Miranda do Norte, Presidente Médici, São José de Ribamar, Parnarama - e em uma cidade no Estado do Ceará - Várzea Alegre.
As ordens foram expedidas pela 1ª Vara Criminal da Grande Ilha de São Luís. Participam da operação 54 equipes da Polícia Civil, além de promotores de justiça e servidores do Gaeco.
O MP do Maranhão indicou que o nome da ofensiva, 'Maranhão Nostrum' faz referência à expressão latina 'Mare Nostrum', que significa 'O Nosso Mar'. Segundo a promotoria, o termo foi usado pelos romanos em referência ao Mar Mediterrâneo, 'após a conquista de extensões territoriais que os tornavam dominadores da província romana da Hispânia até a do Egito'.
"No presente contexto, a tendência de dominação e poder em diversos municípios mostrou uma organização criminosa com controle da máquina pública para malversação de recursos e práticas ilegais que beneficiam ao mesmo grupo político", afirmaram os promotores.
Até a publicação desta matéria, a reportagem buscou contato com o deputado Josimar de Maranhãozinho, mas sem sucesso. O espaço permanece aberto a manifestações.
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