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'Próximo presidente precisa pacificar e reconstruir o País', diz Temer

Quem vencer a próxima eleição para o Palácio do Planalto, em 2022, precisará assumir a tarefa de "pacificar e reconstruir o país", avaliou o ex-presidente Michel Temer - Agência Brasil
Quem vencer a próxima eleição para o Palácio do Planalto, em 2022, precisará assumir a tarefa de "pacificar e reconstruir o país", avaliou o ex-presidente Michel Temer Imagem: Agência Brasil

Marcelo de Moraes

31/12/2021 09h00Atualizada em 31/12/2021 09h41

Quem vencer a próxima eleição para o Palácio do Planalto, em 2022, precisará assumir a tarefa de "pacificar e reconstruir o País". A avaliação é do ex-presidente Michel Temer, que tem sido acionado para atuar como uma espécie de conciliador em crises institucionais como a que envolveu, por exemplo, o presidente Jair Bolsonaro e o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes.

"O próximo presidente tem de fazer uma coisa que é pacificar o País", afirmou Temer ao Estadão. "Precisa pacificar tudo, apagar as divergências que aconteceram e reconstruir o Brasil. Precisa dizer: vamos reconstruir com todos unidos. E o que significa pacificar o País? É começar do zero e, agora, vamos caminhar todos juntos. Vamos reconstruir o País, ampliar o diálogo", insistiu.

Temer citou, inclusive, o exemplo do discurso feito pelo presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, logo após sua vitória sobre Donald Trump. Na ocasião, a disputa eleitoral americana foi marcada por acusações de fraudes feitas por Trump, sem apresentar qualquer prova que atestasse isso, e também pelo ataque de seus seguidores mais radicais ao Capitólio. "O presidente Biden fez um discurso pela paz que foi muito bem recebido num momento muito tenso da política dos Estados Unidos", lembrou Temer.

Conselhos

No atual governo, o ex-presidente tem sido procurado por Bolsonaro para se aconselhar em situações políticas de alta tensão. Logo depois das manifestações antidemocráticas do presidente e de apoiadores no 7 de Setembro, a relação do Palácio do Planalto com o Supremo, especialmente com o ministro Alexandre de Moraes - a quem chamou de "canalha" - parecia caminhar para uma ruptura inevitável de consequências institucionais gravíssimas. Diante da péssima reação da opinião pública e dos outros Poderes, Bolsonaro recuou dos ataques, após se aconselhar com Temer.

Carta

Chamado em Brasília para tentar ajudar a contornar a crise, o ex-presidente acabou redigindo uma "Declaração à Nação", assinada por Bolsonaro. No texto, ele recuou dos ataques. "Nunca tive nenhuma intenção de agredir quaisquer dos Poderes. A harmonia entre eles não é vontade minha, mas determinação constitucional que todos, sem exceção, devem respeitar", argumentou.

Agora, Temer sai em defesa da ideia da "pacificação nacional" como forma de o Brasil retomar seu caminho de recuperação. "A mensagem que o próximo presidente deve fazer, assim que ele ou ela tomar posse, é dizer: 'Vamos pacificar o País; vamos começar do zero e vamos fazer um grande pacto nacional'", reforçou o ex-presidente.