TSE responde a dúvidas das Forças Armadas sobre urnas eletrônicas
O ministro Luís Roberto Barroso, presidente do TSE (Tribunal Superior Eleitoral), informou ontem que já enviou respostas para as Forças Armadas sobre dúvidas apresentadas sobre as urnas eletrônicas. Segundo o tribunal, foram 80 questões de natureza técnica, "sem qualquer comentário ou juízo de valor sobre segurança ou vulnerabilidades", para compreender o funcionamento do sistema de votação.
"As questões foram respondidas detalhadamente pela Secretaria de Tecnologia da Informação do TSE em um documento com 69 páginas e três anexos, somando pouco mais de 700 páginas", afirma o TSE. A íntegra do documento não foi divulgada por estar sob sigilo a pedido dos autores das perguntas.
As perguntas foram apresentadas pelas Forças Armadas na CTE (Comissão de Transparência das Eleições) durante o recesso de fim de ano. Como mostrou o Estadão, o Exército fez questionamentos ao TSE sobre o funcionamento e a cadeia de custódia das urnas eletrônicas, para tentar subsidiar com melhorias de segurança.
As dúvidas foram enviadas por escrito, elaboradas pelo Centro de Defesa Cibernética. Entre elas, há dúvidas como onde ficam armazenadas as urnas antes da distribuição aos locais de votação, que tipo de conectividade elas têm, que pessoas têm acesso, e como e onde é feita a totalização dos votos.
A natureza técnica das questões contradiz o presidente Jair Bolsonaro (PL), segundo quem as Forças Armadas teriam encontrado "dezenas de vulnerabilidades" no sistema de votação. "Nosso pessoal do Exército, da guerra cibernética, buscou o TSE e começou a levantar possíveis vulnerabilidades. Foram levantadas várias, dezenas de vulnerabilidades. Foi oficiado o TSE para que pudesse responder às Forças Armadas. Passou o prazo e ficou um silêncio", disse o mandatário em live na última quinta-feira, dia 10.
Segundo o TSE, as respostas começaram a ser elaboradas após um "breve" intervalo porque as perguntas foram protocoladas próximo ao recesso, "quando os profissionais das áreas técnicas fazem uma pausa".
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