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Cassação de Gabriel Monteiro deve ganhar relator na terça

O vereador do Rio Gabriel Monteiro - Flickr/Câmara Rio
O vereador do Rio Gabriel Monteiro Imagem: Flickr/Câmara Rio

Fábio Grellet

Rio

07/04/2022 21h59Atualizada em 07/04/2022 22h21

Os mandados de busca e apreensão cumpridos nesta quinta-feira, 7, pela Polícia Civil em inquérito que investiga o vereador carioca Gabriel Monteiro (PL) vão influenciar a investigação da Câmara Municipal sobre o político.

Nesta sexta-feira, 8, a Comissão de Justiça e Redação vai analisar o documento que instaura o processo de perda de mandato. Se for considerado juridicamente correto, será devolvido ao Conselho de Ética. O colegiado sorteará o relator da cassação na próxima terça-feira, 12.

O procedimento sobre Monteiro, suspeito de estuprar mulheres e fraudar vídeos, deve se estender por até 90 dias corridos. O vereador nega as acusações. Atribui as denúncias a um complô de adversários.

"A busca e apreensão na casa e no gabinete do vereador, e também em residências de assessores e ex-assessores, indica que a investigação criminal contra ele avança", afirmou o vereador Chico Alencar (PSOL), um dos sete parlamentares titulares do Conselho de Ética. "Ética e decoro na atividade política impõem decência, compromisso com o interesse público e transparência. Nesse caso pesadíssimo, investigar tudo, em todas as instâncias, é fundamental", concluiu.

Outro integrante do Conselho de Ética, o vereador Luiz Carlos Ramos Filho (PMN), também destacou a importância das investigações policiais.

"As informações do inquérito policial serão requisitadas pelo Conselho. São fundamentais para o (eventual) relatório. Foi assim que fizemos na investigação do ex-vereador Jairinho, acusado de matar o enteado Henry Borel, no ano passado. A Polícia tem acesso a informações que ajudarão a elucidar o caso e a embasar tecnicamente o relatório. O julgamento no parlamento é político, mas o relatório deve estar bem fundamentado, tem que ser baseado em fatos concretos, em provas robustas", afirmou ele.

Para outra integrante do Conselho, Teresa Bergher (Cidadania), a ação policial vai fornecer subsídios ao trabalho dos vereadores.

"O trabalho da polícia vai respaldar a elaboração do relatório. Creio que o relator sorteado vá basear o seu relatório no material apurado pela polícia durante as investigações. O inquérito policial contribui para que o Conselho de Ética tome as suas decisões de forma mais técnica, pautado em provas. Torna mais robusto o farto material já existente, para decidir com justiça e precisão", disse ela.

Em nota, a direção da Câmara afirmou que "colaborou e garantiu total acesso dos agentes às dependências da Casa. Também declarou que tem agido com celeridade e responsabilidade na apuração das denúncias relacionadas ao parlamentar".