Roberto Freire minimiza exigências do PSDB para apoiar Simone Tebet
O presidente do Cidadania, Roberto Freire, disse em entrevista à Rádio Eldorado nesta sexta-feira, 27, que a opção do eleitor entre o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e o presidente Jair Bolsonaro (PL) consiste em uma "quase escolha do menos pior". Freire também minimizou as exigências do PSDB para formalizar o apoio à pré-candidata do MDB, senadora Simone Tebet, que já tem o aval do Cidadania: "Não vai impedir a unidade".
"Você hoje tem um voto é quase a escolha do menos pior. Você não vota de forma alguma em Lula e então resta votar em Bolsonaro. O contrário é também real. Não estou escolhendo aquele melhor que pode proporcionar um futuro para mim, sendo que o Brasil está precisando de alguém que promova paz entre as famílias e na sociedade brasileira e comece a discutir o que o Brasil tem que fazer sem ficar prisioneiro no passado", disse Freire na entrevista.
Pesquisa Datafolha divulgada nesta quinta-feira, 26, mostrou que o petista abriu 21 pontos porcentuais de vantagem sobre Bolsonaro no primeiro turno e os dois estão isolados na disputa.
O nome de Simone Tebet foi escolhido pelo MDB e pelo Cidadania na terça-feira passada, dia 24, para representar a candidatura de consenso do centro democrático. O aval ainda precisa ser dado pelo PSDB, única sigla da chamada terceira via que ainda não deu a resposta.
Como mostrou o Estadão, a exigência do PSDB para aprovar o nome de Simone Tebet parte do apoio do MDB em disputas regionais em três Estados em que tucanos esperam adesão dos emedebistas: Pernambuco, Mato Grosso do Sul e Rio Grande do Sul.
Freire minimizou o embate: "essa discussão de alguns Estados eu considero que tem sentido, mas evidentemente alguns serão resolvidos e outros não, mas isso não vai impedir que tenha a unidade. Isso não foi colocado como predefinição para a nossa decisão".
Na última pesquisa Datafolha, Simone Tebet aparece com 2% das intenções de votos, ocupando o quarto lugar na disputa ao lado do deputado federal André Janones (Avante); no levantamento anterior, a parlamentar tinha 1%. "Basta dizer que apenas um pré-candidato tem um vice escolhido. Outros não têm escolhidos, alguns ainda nem foram confirmados e, portanto é muita precipitação se imaginar que a disputa já está resolvida", afirmou Freire, que diz ver potencial de crescimento da pré-candidata.
Críticas ao PT
Durante a entrevista, Freire ainda teceu críticas ao ex-presidente Lula e aos governos do PT. Para o presidente do Cidadania, o petista demonstra "estar perdido no período da Guerra Fria".
"Ele esta pensando que lá na Ucrânia o povo está sofrendo porque está sendo derrotado pelo imperialismo Yankee. A maioria da esquerda razoável e racional que existe no mundo está entendendo que esse processo é de uma luta, de uma autocracia, de um expressionismo a lá século 19 em pleno século 21, invadindo países soberanos", disse.
Freire também classificou a visão petista sobre economia como "totalmente atrasada". "Estamos num setor que se diz esquerda, mas que pensa que estamos em uma época de expansão do século XX, criticou, sem fazer referência direta às ideias econômicas do partido.
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