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Tarcísio fala em mudar centro administrativo de SP para área da Cracolândia

Ex-ministro disse que repotencializar o centro da cidade é uma caminho para "acabar com a Cracolândia". - Ricardo Botelho/MInfra
Ex-ministro disse que repotencializar o centro da cidade é uma caminho para "acabar com a Cracolândia". Imagem: Ricardo Botelho/MInfra

Giordanna Neves

Estadão Conteúdo, São Paulo

02/06/2022 12h57

O ex-ministro da Infraestrutura Tarcísio de Freitas (Republicanos), lançado pelo presidente Jair Bolsonaro (PL) como pré-candidato ao governo paulista, defendeu na noite de ontem a proposta de transferir o centro administrativo de São Paulo para a região da Cracolândia. Para ele, repotencializar o centro da cidade é uma caminho para "acabar com a Cracolândia".

"Não tem nada melhor para revitalizar o centro de São Paulo do que levar o Poder para o centro de São Paulo. Um movimento que algumas unidades da federação já fizeram: concentraram toda a atividade de Poder no mesmo lugar. Imagina se isso fosse feito onde hoje é a Cracolândia? Se o Poder tiver lá as pessoas voltam a circular, a segurança pública é reforçada, a atividade comercial vem, a vida volta, os terrenos se valorizam e a gente volta à normalidade", disse o ex-ministro.

O discurso foi feito durante um debate promovido pelo Sindicato dos Hospitais, Clínicas e Laboratórios do Estado de São Paulo (SindHosp).

Titãs

Tarcísio de Freitas também disse que não teria problemas em se relacionar com o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, caso vença a corrida estadual e o petista, a presidencial. Tarcísio disse ainda que a eleição nacional será disputada por "dois titãs" e destacou a importância de governar "para todos" e de pacificar o País.

"A gente vai sim enfrentar uma eleição polarizada, a gente está vendo isso e a tendência de que a eleição estadual federalize é gigantesca. São dois titãs se enfrentando em uma eleição. Algo que nós nunca passamos. Um ex-presidente, um atual presidente. Os dois maiores líderes políticos da história recente do Brasil. Duas pessoas que têm conexão direta com o povo", afirmou na noite desta quarta-feira.

"Mas passada a eleição, acabou. Aí você tem que governar para todos", completou o ex-ministro. "No final das contas o beneficio vai chegar para a ponta e você vai olhar para todos, para quem é de esquerda, pra quem é de direita. A gente tem que pacificar o País", afirmou ao ser questionado sobre a dificuldade de governar diante de um cenário polarizado.

Tarcísio foi diretor do Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit) de 2012 a 2014, durante o governo da ex-presidente Dilma Rousseff (PT).