Suspeito de envolvimento em desaparecimento no Amazonas é preso, diz advogado
Um suspeito de envolvimento no desaparecimento do jornalista inglês Dom Phillips e do indigenista Bruno Araújo Pereira foi preso em flagrante nesta terça-feira, 7, de acordo com o procurador jurídico da União dos Povos Indígenas do Vale do Javari (Univaja), Eliesio Marubo.
Em entrevista à Rádio Eldorado nesta quarta-feira, 8, Marubo afirmou que o suspeito chama-se Amarildo, conhecido como "Pelado", o mesmo que já havia prestado depoimento à polícia na terça-feira. A Polícia Civil do Amazonas confirma a prisão em flagrante por posse de munição de uso restrito, mas ainda não trata da relação dele com o desaparecimento, informa apenas que a conexão ainda será apurada. Como mostrou o Estadão, "Pelado" já havia sido interrogado como suspeito no caso.
Segundo Marubo, há "uma vasta quantidade de provas" contra o detido, que teria relação com pescadores e caçadores da região. "Ainda estamos tentando buscar informações para esclarecer de que maneira e que grau de interesse ele possuiria nesse caso", afirmou.
O homem vive na comunidade de São Rafael, conhecida pela forte influência de garimpeiros, caçadores, pescadores e traficantes de drogas. A localidade é usada como base para invasões de terras indígenas do Javari.
Quanto ao bilhete contendo ameaças a Bruno Pereira, recebido por Marubo há um mês e meio e revelado ontem pelo Estadão, o advogado afirmou que encaminhou um pedido de abertura de inquérito para o Ministério Público Federal, mas, como não ainda não obteve resposta, continuou as atividades com normalidade.
"Se tiver atuação mais efetiva das forças, sobretudo da parte de inteligência, acho que a gente consegue, sim, avançar com algumas informações, mas estamos falando de uma área de fronteira, onde os recursos são escassos e cada vez mais o Estado é menos presente", disse.
As buscas pelos desaparecidos seguem nesta quarta-feira, três dias após a dupla ter sido vista deixando a comunidade São Gabriel em direção a Atalaia do Norte, no Amazonas.
Marubo avalia como "paliativas" e "desordenadas" as ações das autoridades na varredura da região do Vale do Javari. Segundo ele, são cerca de 35 homens do Exército, Marinha e PMs contra um grupo de 50 indigenistas atuando nas buscas.
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