Celso Amorim: Lula fez a Sullivan comparação entre trumpismo e bolsonarismo
Em reunião de quase duas horas com o conselheiro de segurança dos Estados Unidos, Jake Sullivan, enviado ao Brasil pelo presidente americano, Joe Biden, o presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva (PT) fez uma comparação entre trumpismo e bolsonarismo, afirmou o ex-chanceler Celso Amorim, que acompanhou o encontro.
"Ele Lula fez uma comparação, não sei se palavras usadas foram exatamente essas, entre trumpismo e bolsonarismo, e a necessidade de fortalecer a democracia. Jake Sullivan acentuou a importância da vitória... vitória, não, da eleição, como foi, democrática, com a vitória do presidente Lula, como isso foi importante para a democracia no Brasil, na região e no mundo", relatou Amorim após a reunião.
De acordo com o ex-chefe do Itamaraty, a conversa foi "ampla" e tratou de temas mundiais, como mudanças climáticas, fortalecimento da democracia, desenvolvimento sustentável, saúde global e a necessidade, na avaliação de Lula, de uma nova governança mundial. "O presidente Lula falou sobre a importância de se manter o Atlântico Sul como uma área de paz e segurança", afirmou o ex-chanceler, segundo quem o presidente eleito mencionou interesse em fortalecer as instituições sul-americanas, como o Mercosul.
Venezuela, crise no Haiti e guerra na Ucrânia foram temas abordados "sem entrar em detalhes de como podem ser resolvidos", relatou o ex-ministro das Relações Exteriores. "Ele Sullivan não suscitou desejo de que o Brasil participe... Foi mencionada uma força multinacional, mas não suscitou com entusiasmo. Não houve indicação de pedidos", disse Amorim, sobre uma eventual operação militar no Haiti. Segundo o ex-ministro, Lula relatou a Sullivan sua vontade de promover uma reunião entre presidentes amazônicos.
O assessor de Lula para assuntos internacionais destacou que o próprio Sullivan lembrou que o Brasil vai presidir o G20 em 2024. "Ele demonstrou interesse em cooperar com o Brasil para fazer do G20 também um instrumento importante de uma governança global mais democrática e mais justa", declarou.
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