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Marqueteiro de Bolsonaro se junta a grupo de Ricardo Nunes para eleições

1.03.2023 - O prefeito de São Paulo, Ricardo Nunes, inaugura unidade do programa Descomplica SP - FEPESIL/ESTADÃO CONTEÚDO
1.03.2023 - O prefeito de São Paulo, Ricardo Nunes, inaugura unidade do programa Descomplica SP Imagem: FEPESIL/ESTADÃO CONTEÚDO

Pedro Venceslau e Beatriz Bulla

São Paulo

04/03/2023 07h07Atualizada em 04/03/2023 09h31

O prefeito de São Paulo, Ricardo Nunes (MDB), convocou o marqueteiro que comandou a última campanha de Jair Bolsonaro, com foco na disputa pela reeleição em 2024 - quando terá como principal adversário o deputado federal Guilherme Boulos (PSOL), que deverá ser apoiado pelo PT do presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

As mudanças no entorno do emedebista visam a um reforço nas redes sociais e à busca por visibilidade - Nunes ainda é desconhecido por parte do eleitorado paulistano.

Principal conselheiro de Nunes, o marqueteiro Felipe Soutello foi substituído por Duda Lima. A informação foi divulgada pela Folha de S.Paulo e confirmada pelo Estadão. Mesmo sem ter assinado contrato, Lima já foi chamado pelo prefeito, que assumiu em 2021 com a morte de Bruno Covas, para traçar diagnósticos sobre a futura corrida pela capital.

Durante um jantar na segunda-feira passada, coube a Lima apresentar a dirigentes de PL, PP, PSD, MDB, Podemos, PSDB e União Brasil os resultados de uma pesquisa. Os números do levantamento com 12 mil entrevistados, segundo participantes do encontro, apontam que Nunes ampliou a aprovação e o conhecimento diante do eleitorado.

Estavam presentes os presidentes do PL, Valdemar Costa Neto; do PSD, Gilberto Kassab; do Podemos, Renata Abreu; e do PP, Ciro Nogueira; além do ex-prefeito de Santo André Paulo Serra (PSDB). Nunes tenta formar uma coalizão com 11 partidos.

Alerta

Aliados do prefeito contam que ele ficou assustado com a derrota de Rodrigo Garcia (PSDB) após adotar um discurso de terceira via e, por isso, intensificou a aproximação com o governador Tarcísio de Freitas (Republicamos), afilhado de Bolsonaro.

Ao tentar manter potenciais votos da direita e da centro-direita, Nunes foi convencido de que seria produtivo construir pontes também com o eleitorado de centro-esquerda e de que seria um erro tentar polarizar o pleito municipal.

A narrativa já foi apresentada: "De jeito nenhum serei o candidato da direita em São Paulo. A direita deve ter um candidato", disse ao Estadão. Ao admitir que Boulos deverá ser seu principal adversário, Nunes dá pista sobre o discurso para a campanha. "Um invade a casa, o outro arruma. O Boulos é totalmente radicalizado", afirmou.

Boulos deve intensificar a agenda em São Paulo a partir do meio do ano. Não há, até o momento, equipe organizada para atuar na pré-campanha.

"Seguirei trabalhando como deputado federal para honrar o voto dos mais de um milhão de paulistas. Parte desse trabalho é fiscalizar os desmandos e abusos cometidos pelo poder público, inclusive na capital do nosso Estado", disse Boulos, questionado sobre a articulação de Nunes.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.