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Todos contra Boulos: as conclusões do jantar dos caciques da centro-direita
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Na pesquisa apresentada pelo marqueteiro Duda Lima aos participantes do jantar que reuniu ontem caciques de partidos de centro-direita para discutir a candidatura à reeleição de Ricardo Nunes (MDB) à prefeitura de São Paulo, dois números em especial entusiasmaram os presentes.
O primeiro foi a porcentagem de aprovação do prefeito. O patamar de 35% de ótimo e bom foi considerado positivo para os padrões do eleitor da capital, tido como "muito crítico".
O segundo número foi a rejeição, superior a 35%, do deputado federal e hoje favorito na disputa, Guilherme Boulos (PSOL).
Entre os caciques presentes ao jantar estavam Valdemar Costa Neto, do PL; Gilberto Kassab, do PSD; Ciro Nogueira, do PP; e Renata Abreu, do Podemos. O que animou muitos deles, no entanto, foi menos o alto patamar de rejeição do líder do Movimento dos Trabalhadores Sem-Teto (MTST) do que o fato de esse patamar ser idêntico ao de nomes da direita como Eduardo Bolsonaro e Ricardo Salles, ambos deputados federais pelo PL.
Eis o raciocínio: na hipótese de São Paulo emular a disputa presidencial do ano passado, contrapondo uma candidatura de esquerda a uma de direita, a "batalha de rejeições" que se viu entre Lula e Jair Bolsonaro tenderia a se repetir — e, nesse caso, com vantagem para Boulos.
Presentes ao jantar lembraram que, ao contrário do que ocorre no estado de São Paulo, em que predomina o voto conservador, os eleitores da capital tendem a votar à esquerda. Em 2022, deram vitória a Lula e não a Jair Bolsonaro; a Fernando Haddad (PT) e não ao governador eleito Tarcísio de Freitas (Republicanos); e a Márcio França (PSB) e não ao hoje senador Marcos Pontes (PL).
Por esse raciocínio, uma candidatura "de centro", como pretende ser a de Nunes, teria mais chance de chegar ao segundo turno que uma de direita.
As peças, no entanto, ainda se movem.
Ricardo Salles tem esperanças de conseguir a bênção de Valdemar Costa Neto para a sua candidatura e Boulos já foi obrigado a vir a público lembrar que existe, sim, um acordo entre ele e o PT para que o partido de Lula o apoie na disputa à prefeitura de São Paulo.
O acordo foi fechado em 2022, quando Boulos decidiu abrir mão da candidatura ao governo de São Paulo pelo PSOL em favor de uma frente de esquerda, algo de que expoentes petistas como Jilmar Tatto agora dizem não se lembrar.
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