Conteúdo publicado há 9 meses

Bolsonaristas convocam administradores do Sleeping Giants em comissão

Deputados apoiadores do ex-presidente Jair Bolsonaro na Comissão de Comunicação da Câmara aprovaram, nesta quarta-feira, 23, a convocação dos administradores do Sleeping Giants Brasil, um movimento digital autointitulado independente que "inviabiliza economicamente" sites, páginas e perfis na internet que "propagam desinformação, discurso de ódio, intolerância e extremismo".

O colegiado aprovou o depoimento Leonardo Carvalho Leal, Humberto Santana Ribeiro Filho e Mayara Stelle na Casa e também autorizaram que a Comissão de Fiscalização Financeira e Controle faça estudos sobre as atividades do grupo. Segundo a autora do último requerimento, Júlia Zanatta (PL-SC), o movimento "atenta a liberdade de imprensa no País".

Em um discurso com críticas ao atual jornalismo, o deputado Gustavo Gayer (PL-GO), autor do requerimento de convocação, chegou a dizer que o Sleeping Giants seria uma "associação criminosa". "O único objetivo desse grupo é impedir e calar qualquer pessoa ou grupo jornalístico independente que fale em defesa da direita", disse.

Tanto a Comissão de Comunicação como a Fiscalização e Controle são controladas por deputados bolsonaristas. Nestes colegiados, o grupo concentra ações contra o governo, sobretudo com a convocação de ministros e enfrentamento ideológicos a pautas do presidente Luiz Inácio Lula da Silva e seus parlamentares. O PL, maior bancada no Congresso com 99 deputados, formou maioria em áreas estratégicas, como também é o caso da Comissão de Segurança Pública.

O deputado Jilmar Tatto (PT-SP) foi o único parlamentar a votar contra a ofensiva ante o Sleeping Giants Brasil. O parlamentar argumenta que a convocação é desnecessária. "Não há nada de anormal em uma associação livre", disse.

O Sleeping Giants Brasil mobiliza, desde 2020, campanhas para que empresas retirem recursos de páginas classificadas pelo grupo como conteúdos de ódio e de desinformação. Olavo de Carvalho, astrólogo e guru do bolsonarismo, morto em 2022, foi um dos principais alvos do movimento. Foram mais de 250 companhias pressionadas a desassociarem a marca a conteúdos produzidos por Olavo.

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