PF prende 5 em investigação que colocou policiais no rastro de deputada 'madrinha da milícia'
A Polícia Federal (PF) prendeu cinco pessoas nesta terça-feira, 19, na segunda fase da Operação Dinastia, que mira a maior milícia do Rio de Janeiro. Outros sete suspeitos estão foragidos.
Foi a partir dessa investigação que a PF deflagrou na segunda, 18, a Operação Batismo e chegou à deputada estadual Lúcia Helena Pinto de Barros, a Lucinha (PSD), afastada do cargo por suspeita de patrocinar interesses dos milicianos na Assembleia Legislativa do Rio.
Os alvos nesta nova etapa da investigação compõem a base bélica e financeira da milícia. Um deles é Luis Antônio da Silva Braga, o 'Zinho', liderança do grupo.
Os milicianos cobravam "taxas de segurança" mensais de grandes empresas de construção civil. O dinheiro seria lavado por meio de uma rede de contas bancárias. Planilhas obtidas na primeira fase da operação mostram que o dinheiro arrecadado em fevereiro com as taxas chegou a R$ 308 mil.
Na ação desta terça os policiais apreenderam um fuzil, três pistolas, um simulacro de arma, R$ 3 mil em dinheiro, celulares, computadores e documentos.
As buscas foram feitas em 17 endereços nos bairros de Campo Grande, Paciência, Cosmos, Sepetiba, Santa Cruz e Recreio dos Bandeirantes, todos na zona oeste do Rio, onde a milícia atua.
O inquérito, aberto em agosto de 2022, corre na 1.ª Vara Criminal Especializada no Combate ao Crime Organizado da Capital.
A investigação mobiliza diferentes setores de combate ao crime organizado, repressão a drogas e investigações sensíveis da Polícia Federal e do Ministério Público do Rio.
Os suspeitos podem responder pelos crimes de milícia privada, extorsão, homicídios, lavagem de dinheiro e porte, posse e comercialização ilegal de armas de fogo.
COM A PALAVRA, LUCINHA
Até a publicação deste texto, a reportagem do Estadão buscou contato com a defesa da deputada Lucinha, mas sem sucesso. O espaço está aberto para manifestação.
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