Em SP, 530 mil imóveis seguem sem energia; ministro dá 3 dias para Enel resolver problema
O ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, afirmou que a Enel Distribuição São Paulo tem três dias, contados a partir desta segunda-feira, 14, para sanar os problemas no serviço de energia elétrica na área de concessão do Estado, após o temporal de sexta-feira, 11.
A concessionária não tem dado prazo para o restabelecimento total do serviço. Até o fim da manhã, 530 mil imóveis permaneciam sem energia elétrica na cidade de São Paulo e na região metropolitana. Diante do agravamento das mudanças climáticas, especialistas apontam que eventos extremos, como temporais e ventanias, ficarão cada vez mais frequentes e intensos.
"[Eu] disse que a Enel tem os próximos três dias para resolver problemas de maior volume, ou seja, só vai poder ao final dos três dias, se necessário, questões [problemas] pontuais por fatos supervenientes. Mas tem de restabelecer nos próximos três dias a parte mais substancial de energia", declarou o ministro em coletiva após reunião sobre "ações de socorro" à região metropolitana de São Paulo.
Uma das deliberações foi ampliar o número de profissionais em campo para atendimento. São atualmente entre 1,3 mil a 1,4 mil pessoas. O número vai ser ampliado para 2,9 mil profissionais. Haverá também adicional de 200 caminhões além daqueles que a Enel já tem.
Na reunião desta segunda participaram agentes privados representando a Light, CPFL, Energisa, EDP, Neoenergia, Enel, Eletrobras, Isa CTEEP.
Segundo a Enel/SP, além de São Paulo, os municípios mais afetados foram: Diadema, Taboão da Serra, Cotia, São Bernardo do Campo e Santo André.
A diretoria da Aneel vota nesta terça-feira, 15, a abertura de Consulta Pública sobre o Termo Aditivo ao Contrato de Concessão com as 19 concessionárias de distribuição com contratos a vencer entre 2025 e 2031, inclusive a Enel São Paulo.
Silveira, disse que as distribuidoras de energia elétrica serão penalizadas se não tiverem planejamento para eventos climáticos como o ocorrido na sexta em São Paulo. O decreto publicado em junho pelo governo já prevê maior rigor para renovação dos contratos das distribuidoras.
As 17 diretrizes do decreto, conforme o governo, são para evitar a escalada de uma crise nessa proporção - cerca de 2,1 milhões de pessoas chegaram a ficar sem energia elétrica.
"Hoje eventos climáticos severos são expurgados da avaliação contratual. No decreto, esses eventos não poderão mais ser expurgados da avaliação", disse o ministro. "Deve haver por parte do setor de distribuição e do poder público maior atenção", complementou.
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