Exportação do agronegócio em outubro atinge recorde de US$ 14,27 bilhões
Brasília, 19 - As exportações brasileiras de produtos agropecuários alcançaram em outubro US$ 14,27 bilhões, informou o Ministério da Agricultura, em nota. O valor é recorde para o mês e 6,2% superior ao obtido em igual mês do ano passado, o equivalente a um aumento de US$ 840 milhões ante os US$ 13,43 bilhões registrados um ano antes. O setor representou 48,4% dos embarques totais do País no último mês, em comparação com 45,2% de outubro de 2023.O resultado positivo da balança comercial foi impulsionado, em grande parte, pelo aumento do volume exportado, de 3,7%, e da alta do índice de preços dos produtos embarcados, de 2,5%, disse o ministério. "Se olharmos para a quantidade de produtos exportados, o Brasil só vem aumentando. Se observarmos os dados de janeiro a setembro de 2024, nossas exportações caíram 0,2%, mas, com os dados até outubro e com o crescimento de 6,2% que tivemos, já revertemos a tendência e, hoje, de janeiro a outubro, o agro está crescendo 0,3% em relação ao mesmo período do ano passado", ressaltou o secretário da Secretaria de Comércio e Relações Internacionais, Luis Rua, em nota. "O nosso agronegócio representa basicamente metade de tudo o que o Brasil exporta", pontuou.De acordo com nota técnica da Secretaria de Comércio e Relações Internacionais (SCRI) da pasta, os principais produtos exportados no último mês foram complexo soja, carnes, complexo sucroalcooleiro, produtos florestais, café, cereais, farinhas e preparações. Juntos, representaram 82,7% de tudo o que foi exportado pelo agronegócio brasileiro no último mês, equivalente a US$ 11,80 bilhões em receita.O desempenho das exportações do agronegócio de outubro foi puxado pelo aumento no volume embarcado de açúcar de cana em bruto (+1 milhão de toneladas), farelo de soja (+452,56 mil toneladas), celulose (+423,43 mil toneladas) e carnes (+190,67 mil toneladas), destacou o ministério. Em relação ao valor exportado, houve incremento na receita gerada pela exportação de vários produtos, como carnes (+38,6%, somando US$ 2,62 bilhões), açúcar (+14,5%, no total de US$ 1,763 bilhão) e café (+61,1%, para US$ 1,397 bilhão), o que compensou a queda na receita das exportações do complexo soja (-22,8%, para US$ 3,031 bilhões) e de milho (-33,5%, para US$ 1,250 bilhão).O ministério ressaltou, ainda, o crescimento no valor exportado de suco de laranja, algodão não cardado nem penteado, bovinos vivos, feijões secos, óleo essencial de laranja. "Estes produtos foram responsáveis por uma expansão de US$ 362,01 milhões nas exportações de outubro de 2024 em comparação com outubro de 2023", afirmou a pasta.DestinosEntre os destinos, a China se manteve como a principal importadora de produtos do agronegócio brasileiro em outubro, seguida por Estados Unidos e Alemanha. Os embarques brasileiros à China, contudo, caíram 28,5% em outubro, com as vendas externas recuando para US$ 3,50 bilhões, o equivalente a US$ 1,39 bilhão a menos exportado para o país asiático. A queda nas vendas reduziu a participação da China de 36,4% para 24,5% em um ano. "A queda nas exportações de soja em grãos (-US$ 1,06 bilhão) e milho (-US$ 730,73 milhões) explicam a redução das vendas à China. Em compensação, houve incremento nas exportações de outros produtos: carne bovina in natura (US$ 723,24 milhões; +32,0%); celulose (US$ 609,53 milhões; +120,0%); açúcar de cana em bruto (US$ 182,42 milhões; +74,5%)", explicou a secretaria na nota técnica.Em outubro, o País desembolsou o valor recorde de US$ 1,771 bilhão com a importação de produtos agropecuários, aumento de 29% ante igual mês de 2023. Os principais produtos agropecuários importados pelo Brasil no último mês foram trigo (US$ 136,77 milhões; +68,9%); papel (US$ 92,64 milhões; +24,4%); malte (US$ 87,05 milhões; -2,9%); salmões (US$ 80,90 milhões; +16,2%); azeite de oliva (US$ 57,77 milhões; -1,3%); arroz (US$ 57,57 milhões; +7,7%); leite em pó (US$ 55,29 milhões; -4,0%); vinho (US$ 52,59 milhões; +6,1%); óleo de palma (US$ 50,35 milhões; +133,6%).Acumulado do anoDe janeiro a outubro, as exportações do agronegócio brasileiro alcançaram US$ 140,02 bilhões, crescimento de 0,3% ante igual período do ano passado. "Esse recorde foi fortemente influenciado pela elevação do volume embarcado, que subiu 6,6%. Por outro lado, o índice de preços registrou queda de 5,9%, o que reduziu a possibilidade de se atingir um valor ainda mais expressivo nas exportações", observou a secretaria. Já a participação do agronegócio nas exportações brasileiras recuou levemente de 49,3% nos dez meses de 2023 para 49,2% no acumulado até outubro deste ano.Juntos, complexo soja (US$ 50,33 bilhões), carnes (US$ 21,49 bilhões), complexo sucroalcooleiro (US$ 16,60 bilhões), produtos florestais (US$ 14,30 bilhões) e café (US$ 9,75 bilhões) representaram 80,3% das vendas externas do agronegócio brasileiro entre janeiro e outubro de 2024.As importações de produtos agropecuários cresceram 17,2% nos dez meses do ano em relação a igual período do ano anterior, para US$ 16,241 bilhões, equivalente a 7,3% do total internalizado pelo País no período. Em contrapartida, o valor desembolsado com a internalização de insumos utilizados na produção agropecuária diminuiu na comparação anual, somando US$ 11,39 bilhões (-6,5%) de importações de fertilizantes e US$ 4,39 bilhões (-4,6%) de importações de defensivos.O saldo da balança comercial do setor ficou positivo em US$ 123,776 bilhões, abaixo dos US$ 125,754 bilhões de igual período de 2023.
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