Cardeais achavam que Bergoglio não aceitaria cargo, diz Damasceno
Alguns cardeais que participaram do último conclave descartaram a hipótese de votar no argentino Jorge Mario Bergoglio por acreditarem que ele recusaria o cargo de Papa, informou o cardeal brasileiro dom Raymundo Damasceno Assis.
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"É verdade. Alguns pensavam que [Bergoglio] não aceitaria o cargo", disse Damasceno em entrevista a um telejornal italiano. "Mas seu nome começou logo a aparecer nas congregações gerais, sobretudo entre alguns cardeais latino-americanos", acrescentou o cardeal, que é presidente da CNBB (Conferência Nacional dos Bispos do Brasil).
Segundo Damasceno, o nome de Bergoglio foi uma "surpresa para os meios de comunicação e para a imprensa, porque quase nunca era citado como um dos possíveis candidatos a Papa".
"As pessoas me param na rua. Quando ficam sabendo que sou cardeal e que participei da eleição na Capela Sistina, me agradecem pela escolha feita. Dizem que o papa Francisco é muito simpático e que o querem bem", contou o brasileiro, arcebispo de Aparecida.
Questionado sobre a possibilidade do Pontífice realizar uma reforma na cúria romana, Damasceno disse que, "sem dúvida, o papa Francisco fará alguma coisa. Acredito que a coisa mais importante seja a escolha dos colaboradores".
Jorge Mario Bergoglio, 76, foi eleito papa no último dia 13 de março. A escolha do novo pontífice saiu no segundo dia de conclave, realizado na Capela Sistina, no Vaticano.
Perfil do novo papa
Primeiro papa latino-americano da história da Igreja Católica, Jorge Mario Bergoglio nasceu em Buenos Aires, capital da Argentina, em 17 de dezembro de 1936.
Foi ordenado sacerdote em 13 de setembro de 1969. O jesuíta foi nomeado bispo titular de Auca e auxiliar de Buenos Aires pelo papa João Paulo 2º em 20 de maio de 1992. No mesmo ano, ele foi confirmado como bispo titular da capital argentina em 27 de junho.
Na Argentina, Bergoglio é conhecido pelo conservadorismo e pela batalha contra o kirchnerismo. O prelado também é reconhecido por ser um intenso defensor da ajuda aos pobres.
O argentino costuma apoiar programas sociais e desafiar publicamente políticas de livre mercado.
Bergoglio é considerado um ortodoxo conservador em assuntos relacionados à sexualidade, se opondo firmemente contra o aborto, o casamento entre pessoas do mesmo sexo e o uso de métodos contraceptivos.
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