Ex-capitão diz que 'ele e Deus' mandavam no Costa Concordia
Conhecido como "capitão covarde" por ter abandonado o navio Costa Concordia antes dos passageiros, o italiano Francesco Schettino disse nesta quarta-feira (3) que era a pessoa mais importante dentro do navio "depois de Deus".
Desde ontem, Schettino participa de um interrogatório conduzido pelo procurador Alessandro Leopizzi, de Grosseto, sobre as causas do naufrágio que provocou a morte de 32 pessoas em janeiro de 2012.
"Dentro do navio, eu, como comandante, sou o primeiro depois de Deus'", disse Schettino, ao ser questionado sobre sua conduta e sobre a demora em emitir o alarme de emergência aos passageiros e à tripulação.
"Se eu tivesse dado os alarmes, sentindo os tremores e vibrações, os passageiros teriam se jogado na água", defendeu-se o ex-comandante. "Fiz isso para tranquilizar as pessoas. Eu temia o pânico", relatou.
Schettino disse que tentou primeiro levar a embarcação para perto da ilha de Giglio, antes de acionar o alarme. "Esperei para anunciar o estado de emergência porque sabia exatamente o tempo que o navio tinha de navegação. Eu conhecia bem o Costa Concordia", disse o ex-comandante, reconhecendo, porém, que o navio estava com os motores comprometidos e sem propulsão.
O Costa Concordia naufragou em 13 de janeiro de 2012, após colidir com rochas da ilha de Giglio. A embarcação tombou e ficou encalhada no local até meados de 2014, quando pôde ser rebocada graças a uma complexa operação náutica.
Schettino pode ser condenado a mais de 20 anos de prisão pelo naufrágio, já que é apontado como o principal responsável.
Em seu interrogatório ontem, o ex-comandante admitiu que tem problemas de visão e faz uso de lentes de contato. Ele também negou que tenha se distraído na condução do navio e que tenha tentado fazer uma manobra brusca na ilha de Giglio apenas para impressionar a bailarina e Domnica Cemortan, apontada como seu affair. Veja mais notícias, fotos e vídeos em www.ansabrasil.com.br.
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