Papa elogia postura de Bangladesh em crise com Myanmar
DACA, 30 NOV (ANSA) - Em seu primeiro encontro com autoridades de Bangladesh, o papa Francisco elogiou a postura do governo local em relação à crise humanitária com os muçulmanos da minoria rohingya nesta quinta-feira (30).
No entanto, assim como fez em Myanmar, evitou usar o nome da etnia conforme orientação dos bispos do país vizinho. Essa postura acabou gerando críticas da mídia internacional, mas o Vaticano apoiou a decisão do Papa para não causar problemas diplomáticos e agravar a crise com os refugiados.
"Agradeço ao governo em sua ação humanitária a favor dos refugiados que fugiram em massa do estado de Rakhine. Isso foi feito não com pouco sacrifício [...] e feito sob os olhos do mundo inteiro. É necessário que a comunidade internacional crie medidas eficazes no confronto dessa grave crise", disse em discurso perante às autoridades e o corpo diplomático no Palácio Presidencial de Bangabhapan.
A fala prosseguiu fazendo elogios ao pequeno país asiático.
"Nos últimos meses, enfrentando uma das questões mais sérias em nível humanitário e muito espinhosa no campo diplomático, o espírito de generosidade e de solidariedade que caracteriza a sociedade de Bangladesh se manifestou muito claramente na sua atuação humanitária. Nenhum de nós pode não ter a consciência da gravidade da situação, do imenso custo pedido pelo sofrimento humano e das precárias condições de vidas de tantos irmãos e irmãs", acrescentou.
Jorge Mario Bergoglio ainda elogiou o fato do país estar "sendo construído" com o esforço de unir as "diversas tradições e comunidades" e ressaltou que, no mundo atual, nenhuma nação pode "viver e sobreviver em isolamento".
"Bangladesh é conhecido pela harmonia que tradicionalmente sempre existiu entre os seguidores de várias religiões. Essa atmosfera de mútuo respeito e de um crescente clima de diálogo inter-religioso permitem aos crentes exprimir livremente as suas mais profundas convicções sobre o significado e o sentido da vida. Assim, podem contribuir para promover os valores espirituais que são a base segura para uma sociedade justa e pacífica", acrescentou.
Por sua vez, o presidente bengali, Abdul Hamid, agradeceu ao sucessor de Bento XVI por sempre ter expressado "posições favoráveis aos rohingyas e sua apaixonada voz contra as brutalidades".
"Isso dá esperança para a solução da crise. A sua proximidade a eles, o pedido para ajudá-los e assegurar os plenos direitos, dá à comunidade internacional a responsabilidade de agir prontamente e com sinceridade", destacou Hamid.
O mandatário lembrou das terríveis perseguições sofridas por essa população, sendo que "milhares deles, incluindo mulheres e crianças, foram brutalmente assassinados e milhares de mulheres foram violadas".
Hamid também aproveitou o momento para agradecer a nomeação, por parte de Francisco, do primeiro cardeal da história de Bangladesh, o arcebispo de Daca, Patrick D'Rozario, e lembrou da atuação da Igreja contra a pobreza no país. Atualmente, a nação asiática é considerada a quinta mais pobre do mundo.
O discurso ocorreu após as visitas ao National Memorial de Savar, dedicado ao "pai da nação", Mujibur Rahman, líder da independência do Paquistão e assassinado em 1975 junto a 31 familiares. Hoje, não há mais compromissos oficiais na agenda do líder católico.
Nos próximos dias, até 2 de dezembro, quando voltará para Roma, o Papa deve se reuniu com rohingyas e membros de diversas religiões em Daca. (ANSA)Veja mais notícias, fotos e vídeos em www.ansabrasil.com.br.
No entanto, assim como fez em Myanmar, evitou usar o nome da etnia conforme orientação dos bispos do país vizinho. Essa postura acabou gerando críticas da mídia internacional, mas o Vaticano apoiou a decisão do Papa para não causar problemas diplomáticos e agravar a crise com os refugiados.
"Agradeço ao governo em sua ação humanitária a favor dos refugiados que fugiram em massa do estado de Rakhine. Isso foi feito não com pouco sacrifício [...] e feito sob os olhos do mundo inteiro. É necessário que a comunidade internacional crie medidas eficazes no confronto dessa grave crise", disse em discurso perante às autoridades e o corpo diplomático no Palácio Presidencial de Bangabhapan.
A fala prosseguiu fazendo elogios ao pequeno país asiático.
"Nos últimos meses, enfrentando uma das questões mais sérias em nível humanitário e muito espinhosa no campo diplomático, o espírito de generosidade e de solidariedade que caracteriza a sociedade de Bangladesh se manifestou muito claramente na sua atuação humanitária. Nenhum de nós pode não ter a consciência da gravidade da situação, do imenso custo pedido pelo sofrimento humano e das precárias condições de vidas de tantos irmãos e irmãs", acrescentou.
Jorge Mario Bergoglio ainda elogiou o fato do país estar "sendo construído" com o esforço de unir as "diversas tradições e comunidades" e ressaltou que, no mundo atual, nenhuma nação pode "viver e sobreviver em isolamento".
"Bangladesh é conhecido pela harmonia que tradicionalmente sempre existiu entre os seguidores de várias religiões. Essa atmosfera de mútuo respeito e de um crescente clima de diálogo inter-religioso permitem aos crentes exprimir livremente as suas mais profundas convicções sobre o significado e o sentido da vida. Assim, podem contribuir para promover os valores espirituais que são a base segura para uma sociedade justa e pacífica", acrescentou.
Por sua vez, o presidente bengali, Abdul Hamid, agradeceu ao sucessor de Bento XVI por sempre ter expressado "posições favoráveis aos rohingyas e sua apaixonada voz contra as brutalidades".
"Isso dá esperança para a solução da crise. A sua proximidade a eles, o pedido para ajudá-los e assegurar os plenos direitos, dá à comunidade internacional a responsabilidade de agir prontamente e com sinceridade", destacou Hamid.
O mandatário lembrou das terríveis perseguições sofridas por essa população, sendo que "milhares deles, incluindo mulheres e crianças, foram brutalmente assassinados e milhares de mulheres foram violadas".
Hamid também aproveitou o momento para agradecer a nomeação, por parte de Francisco, do primeiro cardeal da história de Bangladesh, o arcebispo de Daca, Patrick D'Rozario, e lembrou da atuação da Igreja contra a pobreza no país. Atualmente, a nação asiática é considerada a quinta mais pobre do mundo.
O discurso ocorreu após as visitas ao National Memorial de Savar, dedicado ao "pai da nação", Mujibur Rahman, líder da independência do Paquistão e assassinado em 1975 junto a 31 familiares. Hoje, não há mais compromissos oficiais na agenda do líder católico.
Nos próximos dias, até 2 de dezembro, quando voltará para Roma, o Papa deve se reuniu com rohingyas e membros de diversas religiões em Daca. (ANSA)
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