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Israel inicia polêmica demolição de casas palestinas

22/07/2019 15h44

BRUXELAS E TEL AVIV, 22 JUL (ANSA) - As autoridades israelenses iniciaram nesta segunda-feira (22) a polêmica demolição de dezenas de moradias palestinas que consideram ilegais em Wadi Hummus, próximo ao muro que separa Jerusalém da Cisjordânia. De acordo com o ministro de Segurança Interna, Gilad Erdan, 700 agentes foram encarregados de realizar a operação sob a autorização da Suprema Corte de Israel. Para o governo israelense, os prédios foram construídos próximos da barreira de separação que começou a ser erguida em 2002, em Wadi Hummus, parte do distrito de Zur Baher, na Jerusalém Oriental ocupada, o que os torna ilegal e uma ameaça à segurança.   

Por outro lado, moradores palestinos alegaram não ter espaços para construir e que é impossível obter licenças para erguer casas legalmente. Eles relataram ter recebido permissões para fazer a obra. Organizações pró-Palestina informaram que a região onde os prédios estão localizados pertence à Área A e B da Cisjordânia, sob jurisdição da Autoridade Nacional Palestina (ANP). Em comunicado, a União Europeia (UE) condenou a operação e disse esperar que o governo de Israel "pare as demolições em curso porque são ilegais e destroem a possibilidade de uma solução nos dois Estados", informou um porta-voz do Serviço Europeu de Ação Externa (SEAE).   

Já o presidente da Autoridade Nacional Palestina, Mahmoud Abbas, definiu como "um massacre" a demolição dos edifícios. "Israel é totalmente responsável por essa grave escalada contra o povo palestino indefeso", disse ele, pedindo "um fim imediato a essa agressão". Depois de anos de batalha judicial, em junho passado, a Suprema Corte de Israel aprovou a demolição das construções por considerá-las um perigo, justamente por estarem perto da cerca de separação criada por Israel. "Hoje foram demolidos 12 edifícios. Estes foram construídos ilegalmente sem as permissões requeridas e em uma zona sob uma norma do Comando Central do Exército que proíbe a construção, muito próxima à cerca de segurança", disse a COGAT, organização militar israelense que administra a ocupação. (ANSA)
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