Netanyahu não consegue maioria e desiste de formar governo em Israel
O primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, anunciou hoje sua renúncia ao encargo de formar um novo governo concedido pelo presidente Reuven Rivlin, em meio a um impasse político depois das eleições parlamentares de setembro.
A decisão foi tomada depois de quase um mês de negociações para tentar obter uma maioria parlamentar e a dois dias do término do prazo imposto pelo chefe de Estado, que chega ao fim no dia 23 de outubro.
"Desde que recebi o mandato [para formar o governo] tenho trabalhado incansavelmente", afirmou Netanyahu, do partido Likud, de direita, admitindo sua falha em um vídeo publicado em seu Facebook. "É isto que o povo quer", reconheceu, fazendo uma referência à decisão de passar o encargo ao seu rival Benny Gantz, do Azul e Branco, de centro.
O premier israelense reforçou que "ao longo das últimas semanas" se esforçou para trazer "Gantz à mesa de negociações", mas "infelizmente ele recusou sempre, uma vez após a outra". Israel tenta sair de um impasse político desde as últimas eleições parlamentares porque nenhum dos candidatos conseguira obter uma vitória contundente.
Na ocasião, uma das condições impostas pelo presidente israelense era de que, se Netanyahu não conseguisse montar um governo no prazo estipulado, ele devolveria o mandato a Rivlin e não votaria pela dissolução do Parlamento, o que levaria a novas eleições em março de 2020.
Em comunicado citado pelo jornal "Times of Israel", o número dois do partido Azul e Branco, Yair Lapid, ressaltou que "Bibi falhou novamente". Esta é a segunda vez em seis meses que o líder do Likud, que hoje completa 70 anos, não consegue formar o governo.
Caberá agora a Gantz negociar para tentar chegar a uma maioria parlamentar no país. Rivlin, por sua vez, já confirmou que ele terá 28 dias para realizar as tratativas.
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