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Sicília proíbe desembarques e ordena saída de migrantes da ilha

Sicília, na Itália - Getty Images/iStockphotos
Sicília, na Itália Imagem: Getty Images/iStockphotos

23/08/2020 10h42

ROMA, 23 AGO (ANSA) - A Sicília, no sul da Itália, ordenou neste domingo (23) a saída de todos os migrantes ilegais alojados nos centros de acolhimento nas próximas 24 horas e sua transferência para outras regiões do país, além de proibir novos desembarques nos portos da cidade.

O decreto, assinado pelo governador Nello Musumeci na noite deste sábado prevê a proibição de "entrada, trânsito e parada" para "todos os migrantes que chegam à costa siciliana em barcos grandes ou pequenos, inclusive de ONGs".

O documento também determina que até "meia-noite de amanhã (24) todos os migrantes presentes nos hotspots e em todos os centros de recepção na Sicília devem ser transferidos sem demora para estruturas fora da ilha".

Em uma publicação no Facebook, Musumeci explicou que todas as prefeituras da ilha e o governo nacional serão notificados, porque "a Sicília não pode ser invadida enquanto a Europa olha para o outro lado".

"As regras europeias e nacionais foram dilaceradas. A Europa finge que nada aconteceu e o governo nacional decidiu, apesar dos nossos apelos, não implementar os decretos em vigor e não fechar os portos, como fez no ano passado", disse.

O governador justificou a decisão alegando que "atualmente não é possível garantir a permanência na ilha cumprindo as medidas sanitárias de prevenção do contágio do novo coronavírus". O texto descrito em 33 páginas ressalta que a resolução é para "proteger e garantir a saúde e segurança" dos moradores locais.

"A região coloca à disposição das autoridades nacionais as pessoas necessárias para os controles sanitários que permitem a transferência dos migrantes com segurança", acrescenta.

De acordo com o documento, os desembarques apresentam um impacto significativo e alarmante sobre o risco específico de propagação da Covid-19, com evidentes danos à ordem e segurança públicas, incluindo a proteção da saúde.

No momento, pouco menos de 1,2 mil pessoas permanecem na ilha, sendo cerca de mil nos hotspots e pouco menos de 200 na Casa della Fraternità, paróquia local.

A portaria, que é válida até 10 de setembro e prevê sanções para todos que descumprirem a nova legislação, foi comemorada pelo ex-ministro do Interior da Itália Matteo Salvini.

"Bravo! O governador da Sicília que, ouvindo a Liga e os cidadãos, falou bastante sobre a chegada dos imigrantes na ilha, ordenando o fechamento dos centros de acolhimento e pontos de acesso. Pare de invasão!", escreveu no Twitter.

O líder da extrema-direita ainda lembrou que "Sicília, Calábria, Puglia não são os campos de refugiados da Europa". "São terras de beleza, riqueza, trabalho e cultura". (ANSA)