Justiça britânica admite poluição como causa de morte de criança em 2013
Pela primeira vez na história, a Justiça do Reino Unido reconheceu, em sentença publicada hoje, que a poluição atmosférica foi um dos fatores que provocou a morte de uma criança em 2013.
Ella Kissi-Debrah, 9, havia sido internada por 27 vezes em três anos antes de falecer por uma severa crise de asma em 2013.
Os pais da menina, que moravam próximo a uma via muito movimentada, declararam ao Tribunal de Southwark que nunca souberam quais os perigos que a poluição trazia para a saúde dela.
Segundo os juízes, essa "maratona" da família ao hospital teve uma "contribuição material" da poluição do ar.
A discussão jurídica se arrastava há anos e, em 2014, um tribunal alegou que a criança morreu por insuficiência respiratória causada por asma grave e não pela poluição. Mas, em 2019, a sentença foi anulada e o caso foi reiniciado.
Com base em uma perícia feita pelo professor e médico legista Stephen Holgate, foi constatado que a saúde de Kissi-Debrah estava "no fio da navalha" antes do ataque fatal.
O juiz Philip Barlow afirmou que "tem certeza que Ella morreu de asma", mas que ela sofreu uma "contribuição por uma exposição excessiva à poluição do ar".
Após o veredito, o advogado da família afirmou que colocar a poluição ambiental como uma das causas da morte da menina é algo "sem precedentes" talvez, na história mundial, e que agora isso abre a jurisprudência no direito anglo-saxão.
Segundo dados de ONGs britânicas, cerca de 30 mil mortes por ano no Reino Unido ocorrem por conta da poluição atmosférica.
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