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Chanceler do Peru renuncia após furar fila de vacinação

18.nov.2021 - Luis Iparraguire/AFP
Imagem: 18.nov.2021 - Luis Iparraguire/AFP

Em Lima (Peru)

15/02/2021 10h25Atualizada em 15/02/2021 18h22

A ministra das Relações Exteriores do Peru, Elizabeth Astete, renunciou ao cargo na noite deste domingo (14), após ter admitido que furou a fila da vacinação contra o novo coronavírus.

Astete, 68 anos, foi imunizada com a fórmula da empresa chinesa Sinopharm em 22 de janeiro, em uma universidade privada de Lima, antes dos trabalhadores da saúde.

A chanceler é a segunda ministra a deixar o cargo após o escândalo da vacinação de autoridades. Na sexta-feira (12), a ministra da Saúde do Peru, Pilar Mazzetti, renunciou.

No comunicado em que anuncia sua renúncia, a agora ex-chanceler Astete diz que aceitou receber a primeira dose porque havia mantido contato "com vários funcionários que testaram positivo para a Covid-19 nos meses de dezembro e janeiro".

"Pelo que eu entendia, tratava-se de um remanescente do lote de vacinas a cargo da Universidade Cayetano Heredia. Influenciou em minha adecisão o fato de que, entre 8 e 26 de janeiro, tive de fazer dois testes moleculares, um sorológico e outro de antígenos para comprovar se estava ou não infectada devido ao contato, por razões de trabalho, com diferentes pessoas que haviam testado positivo para a Covid-19", afirma Astete.

Além disso, ela justifica que havia assumido a "estratégia de negociações para a compra de vacinas", portanto "não podia se dar ao luxo de ficar doente". No fim do comunicado, no entanto, Astete admite ter cometido um "grave erro" e diz que decidiu "não receber a segunda dose".

"Pelas razões expostas, apresentei ao senhor presidente da República minha carta de renúncia ao cargo de ministra das Relações Exteriores", conclui. Astete havia assumido o posto de chanceler em novembro passado, no governo do presidente interino Francisco Sagasti, que comanda o país até as eleições de abril de 2021.

Na semana passada, a então ministra da Saúde do Peru, Pilar Mazzetti, já havia renunciado após ter admitido que Martín Vizcarra, presidente até o início de novembro passado, quando sofreu impeachment, foi vacinado com o imunizante da Sinopharm em outubro.