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Papa pede clemência a homem que será executado nos EUA

Revelada pela religiosa e ativista contra a pena de morte Helen Prejean, a carta foi enviada a Parson por meio do núncio apostólico do Vaticano nos EUA - Vincenzo Pinto/AFP
Revelada pela religiosa e ativista contra a pena de morte Helen Prejean, a carta foi enviada a Parson por meio do núncio apostólico do Vaticano nos EUA Imagem: Vincenzo Pinto/AFP

No Vaticano

01/10/2021 10h47

O papa Francisco enviou uma carta ao governador do estado americano do Missouri, o republicano Mike Parson, para pedir clemência a um condenado que está no corredor da morte.

Ernest Johnson, 61 anos, foi sentenciado à pena capital pelo homicídio de três funcionários de uma loja durante um assalto em 1994 e está com execução marcada para 5 de outubro.

Revelada pela religiosa e ativista contra a pena de morte Helen Prejean, a carta foi enviada a Parson por meio do núncio apostólico do Vaticano nos EUA, Christophe Pierre.

"Escrevo para você como representante pessoal de Sua Santidade, Papa Francisco, com um apelo urgente sobre a iminente execução de Ernest Johnson pelo estado do Missouri. Em nome do Santo Padre, eu peço a você que suspenda a execução de Johnson e garanta a ele alguma forma apropriada de clemência", escreveu Pierre.

Segundo o núncio, esse pedido não se baseia nos "fatos e nas circunstâncias dos crimes" do condenado nem em sua "duvidosa capacidade intelectual". "Em vez disso, Sua Santidade deseja colocar diante de você o simples fato da humanidade de Johnson e a sacralidade de todas as vidas humanas", acrescentou o representante do Vaticano nos EUA.

"Governador Parson, eu aproveito essa oportunidade para agradecer a você por considerar esse pedido do Santo Padre. Ao mesmo tempo, expresso meus sentimentos de profundo respeito", concluiu.

A carta é datada de 27 de setembro, mas Parson ainda não se pronunciou. A Suprema Corte do Missouri já rejeitou um pedido para suspender a execução.

Johnson assassinou Mary Bratcher, 46, Mable Scruggs, 57, e Fred Jones, 58, durante um assalto em Columbia em fevereiro de 1994.

As vítimas foram mortas a golpes de martelo, enquanto Bratcher ainda foi esfaqueada, e Jones também levou um tiro no rosto. Os corpos foram achados em um refrigerador.