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Dinamarca planeja abrigar ucranianos, mas quer saída de sírios

10.mar.2022 - Pessoas pegam seus pertences enquanto fogem, em meio à invasão russa da Ucrânia, em Odessa, na Ucrânia. - REUTERS / Igor Tkachenko
10.mar.2022 - Pessoas pegam seus pertences enquanto fogem, em meio à invasão russa da Ucrânia, em Odessa, na Ucrânia. Imagem: REUTERS / Igor Tkachenko

Roma

10/03/2022 15h45

O governo da Dinamarca protagonizou uma polêmica nesta quinta-feira (10) após pedir para refugiados sírios de Damasco e de outras cidades voltarem para seu país de origem, em meio à guerra civil, ao mesmo tempo que planeja abrigar os ucranianos que fogem da invasão russa.

A medida controvérsia foi divulgada enquanto as autoridades dinamarquesas elaboram uma lei para suspender as regras de asilo para refugiados ucranianos.

"Quando há guerra na Europa e um vizinho europeu é exposto ao que vemos na Ucrânia, não há a menor dúvida em minha mente: devemos ajudar da melhor maneira possível, acolher os ucranianos em solo dinamarquês", disse o ministro das Relações Exteriores da Dinamarca, Mattias Tesfaye.

Mapa Rússia invade a Ucrânia - 26.02.2022 - Arte UOL - Arte UOL
Imagem: Arte UOL

Na prática, o projeto de lei facilitará o processo para os ucranianos receberem autorizações de residência "para que possam iniciar rapidamente a escola e o trabalho".

O plano de acolhimento estaria de acordo com a União Europeia, que concede proteção temporária aos ucranianos, permitindo que eles entrem sem visto e escolham para qual país ir. Aos elegíveis, seria concedido o estatuto de refugiado em qualquer país do bloco por um período de um ano, tempo que poderia ser revisto no futuro.

A decisão, no entanto, foi duramente criticada, e ativistas acusam o governo dinamarquês de "hipocrisia", já que atualmente está pedindo aos refugiados sírios que voltem para casa apesar da guerra, colocando-os em perigo.

O Ministério da Imigração da Dinamarca, por sua vez, rebateu os comentários e disse que "todas as pessoas que buscam asilo no país têm os mesmos direitos".

Segundo a pasta, cerca de 30 mil sírios que receberam autorização de residência na Dinamarca desde 2014 ainda vivem no país. Mas, de acordo com Michala Clante Bendixen, chefe da Refugees Welcome, a crise migratória de 2015 mostrou que, "se as pessoas vêm do Afeganistão ou da Síria, elas serão chamadas de migrantes até que tenham status de refugiado". "Qual é a diferença?", indagou.

Dados da ONU, a guerra na Ucrânia já gerou mais de 2,3 milhões de refugiados, sendo que a maior parte (1,4 milhão) cruzou a fronteira com a Polônia.