Primeiro militar russo julgado por crimes de guerra na Ucrânia pede perdão
O militar Vadim Shishimarin, primeiro russo processado pela Ucrânia por crimes de guerra, pediu perdão hoje por ter assassinado um civil desarmado de 62 anos no início da invasão.
"Sei que você não será capaz de me perdoar, mas eu peço perdão mesmo assim", declarou o soldado de 21 anos durante uma audiência de seu julgamento em Kiev, dirigindo-se à esposa da vítima, Kateryna Shelipova.
O pedido de desculpas chega um dia depois de Shishimarin ter se declarado culpado das acusações de crime de guerra e homicídio premeditado.
O militar é acusado de matar um civil desarmado com tiros de fuzil em 28 de fevereiro, na região de Sumy, que foi ocupada pelas tropas russas até abril.
Naquele dia, Shishimarin viajava com outros quatro militares em um carro roubado após seu comboio ter sido atacado, perto do vilarejo de Chupakhivka.
Um dos soldados teria então ordenado que o réu atirasse no civil, que passava de bicicleta, para que ele não os denunciasse. A vítima morreu no local, a poucos passos de sua casa.
Em seu depoimento nesta quinta, Shishimarin disse que, em um primeiro momento, se recusou a disparar contra o ucraniano, mas que acabou cedendo após ter sido ameaçado por outro soldado.
Se condenado, o militar, que é de Irkutsk, na Sibéria, pode pegar até prisão perpétua. Questionado a respeito do assunto na última quarta-feira (18), o porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov, afirmou não ter "nenhuma informação" sobre o caso e que as acusações contra a Rússia por crimes de guerra são "falsas".
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