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Biden promete mísseis à Ucrânia e nega desejo de derrubar Putin

Rússia disse que EUA estão "atirando gasolina no fogo" ao prometer mísseis para Ucrânia - Reprodução
Rússia disse que EUA estão "atirando gasolina no fogo" ao prometer mísseis para Ucrânia Imagem: Reprodução

01/06/2022 10h16

O presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, anunciou que vai enviar mísseis "mais avançados" para ajudar a Ucrânia a enfrentar a invasão promovida pela Rússia.

Em um editorial no jornal The New York Times com o título "O que a América vai fazer e não vai fazer na Ucrânia", o mandatário delineia a política americana para o conflito e afirma que seu objetivo é ver uma "Ucrânia independente, soberana e próspera, com os meios para desencorajar e se defender contra novas agressões".

"É por isso que decidi que vamos abastecer os ucranianos com sistemas de mísseis mais avançados e munições que vão permitir ataques mais precisos contra alvos-chave no campo de batalha", diz Biden no artigo, mas sem entrar em maiores detalhes sobre que tipo de armamento será enviado a Kiev.

No editorial, o presidente ainda se compromete a ajudar a Ucrânia financeiramente, combater a iminente crise alimentar no planeta e reforçar o flanco oriental da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan).

Em seguida, deixa claro que não pretende remover o presidente da Rússia, Vladimir Putin, do poder. "Não queremos uma guerra entre a Otan e a Rússia. Por mais que eu discorde de Putin e ache suas ações ultrajantes, os Estados Unidos não tentarão provocar sua remoção em Moscou. Enquanto os Estados Unidos ou nossos aliados não forem atacados, não vamos nos envolver diretamente nesse conflito, seja enviando tropas americanas para lutar na Ucrânia ou atacando forças russas", acrescenta.

Biden também diz que não encoraja a Ucrânia a realizar ataques "além de suas fronteiras". "Não queremos prolongar a guerra apenas para infligir dor à Rússia", afirma.

Há pouco mais de dois meses, o mesmo Biden definiu Putin como "ditador" e "carniceiro" e disse que o presidente russo não poderia continuar no poder, declaração criticada até por aliados ocidentais.

No editorial no New York Times, o líder americano ainda ressalta que não vê sinais de que a Rússia tenha intenção de usar armas nucleares na Ucrânia, embora a retórica adotada pelo regime Putin seja "perigosa e extremamente irresponsável".

Reação

O porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov, disse na manhã desta quarta-feira (1º) que os EUA estão "atirando gasolina no fogo deliberadamente" ao prometer o envio de mísseis "mais avançados" para a Ucrânia.

"Tais remessas não contribuem para reacender na liderança ucraniana o desejo de retomar as conversas de paz", afirmou.

Já o vice-ministro russo das Relações Exteriores, Sergey Ryabkov, alertou que "qualquer fornecimento de armas aumenta o risco de um confronto direto entre EUA e Rússia".