Partido pressiona prêmie italiano a não mandar mais armas à Ucrânia
O principal partido da base aliada do premiê Mario Draghi aumentou a pressão para a Itália não enviar mais ajuda militar à Ucrânia, que já recebeu duas remessas de equipamentos militares de Roma desde o início da invasão russa.
Na próxima terça (21), Draghi irá ao Parlamento para falar do apoio militar italiano a Kiev, e os senadores do antissistema Movimento 5 Estrelas (M5S) preparam uma resolução que compromete o governo a não realizar "novos envios de armamentos".
Segundo o texto, que ainda não é definitivo, uma nova remessa de equipamentos militares à Ucrânia "colocaria em sério risco uma desescalada do conflito, prejudicando uma solução diplomática".
Além disso, o esboço de resolução pede para a Itália "promover a consolidação de uma ação diplomática europeia coordenada, voltada a fornecer um novo impulso às tratativas de paz entre Ucrânia e Rússia, a fim de alcançar um cessar-fogo imediato".
Após o pronunciamento de Draghi na próxima terça, a situação vai submeter uma resolução a votação, e alas do M5S ameaçam rechaçar um texto que fale em novos envios de armas para Kiev, o que poderia inclusive colocar em risco a sobrevivência do governo italiano.
Draghi encabeça uma aliança de união nacional que vai da esquerda à extrema-direita, mas o M5S representa a maior bancada dentro dessa coalizão. No entanto, o próprio partido está dividido em relação à ajuda militar para a Ucrânia.
"Li que uma parte do movimento propôs um esboço de resolução que nos desalinha da aliança da Otan e da União Europeia. A Otan é uma aliança defensiva, se nos desalinharmos da Otan, colocaremos em risco a segurança da Itália", disse neste sábado (18) o ministro das Relações Exteriores, Luigi Di Maio, um dos expoentes do M5S.
Por outro lado, o ex-premiê e presidente do Movimento 5 Estrelas, Giuseppe Conte, alega que Roma já mandou armas suficientes à Ucrânia e que é contra novas remessas, o que tem provocado um cabo de guerra com Di Maio dentro da legenda.
A disputa chegou até o embaixador da Rússia na Itália, Sergey Razov. "A lógica segundo a qual o maciço fornecimento de armas à Ucrânia seria um meio de chegar a paz me parece no mínimo bizarra. Essa lógica, pelo que eu vejo, está longe de ser compartilhada por todos, inclusive na Itália", declarou o diplomata à revista Scenari Internazionali.
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