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Após acusação da Ucrânia, Vaticano nega que Papa tenha exaltado imperialismo russo

CIDADE DO VATICANO, 29 AGO (ANSA) - O Vaticano rebateu nesta terça-feira (29) críticas da Ucrânia e negou que o papa Francisco tenha exaltado "lógicas imperialistas" em um vídeo exibido para jovens católicos da Rússia na semana passada.

"Nas palavras de saudação ditas de improviso a alguns jovens católicos russos nos últimos dias, como está claro pelo contexto em que ele as pronunciou, o Papa pretendia encorajar os jovens a conservar e promover o que tem de positivo na grande herança cultural e espiritual russa, e certamente não exaltar lógicas imperialistas ou personalidades de governo", disse o porta-voz do Vaticano, Matteo Bruni.

O discurso em questão foi transmitido durante encontro de jovens em São Petersburgo na sexta-feira passada (25). Na ocasião, Francisco pediu que os participantes do evento não esquecessem que eram "filhos da grande Rússia dos santos e reis, da Rússia de Pedro, o Grande, de Catarina II, do grande império russo", e "herdeiros da grande mãe Rússia".

O teor do pronunciamento foi revelado na última segunda-feira (28) pelo porta-voz do Ministério das Relações Exteriores da Ucrânia, Oleg Nikolenko, que acusou o Papa de repetir a "propaganda imperialista" do Kremlin.

Segundo ele, o governo russo utiliza a suposta "necessidade de salvar a grande mãe Rússia" para justificar o "assassinato de milhares de homens e mulheres na Ucrânia".

Por sua vez, o porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov, elogiou o discurso de Francisco e afirmou que ele "conhece a história russa, que tem raízes muito profundas".

O líder da Igreja Católica vem tentando se colocar como mediador no conflito entre Moscou e Kiev, mas ainda não encontrou brechas para diálogo.

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