Massacre em Washington: 'Ele estava a meu lado e caiu morto'
Testemunhas que sobreviveram ao tiroteio que matou 12 pessoas na segunda-feira, em Washington, ainda tentam entender o que aconteceu dentro da base naval americana Navy Yard.
O comandante Tim Jirus estava sentado em um dos escritórios do prédio escrevendo um e-mail para um amigo quando ouviu os disparos.
"Na hora eu achei que não pareciam tiros de verdade", relembra.
Quando ficou claro que um atirador estava a solta, Jirus e um homem que ele acabara de conhecer tentaram ajudar as pessoas a sair da base.
Eles já estavam fora do prédio quando ouviram dois tiros.
"Um atingiu o homem, que estava ao meu lado. Olhei para baixo e ele estava morto".
Os tiros foram disparados por Aaron Alexis, um texano de 34 anos que serviu na Marinha entre 2007 e 2011. Ele teria deixado a Marinha por falhas de comportamento e prestava serviços na instalação modernizando computadores.
Na manhã de segunda-feira, ele entrou no prédio, matou 12 pessoas e morreu em uma troca de tiros com a polícia.
Menino da mamãe
A mãe de Greg Heir, de 34 anos, trabalha em Navy Yard. Ele estava no loja de azulejos onde trabalha, a menos de um quilômetro da base naval, quando soube do tiroteio.
Ele correu para pegar o carro e já estava a caminho da base quando sua mãe ligou dizendo que estava dentro do prédio.
"O escritório estava cercado de policiais", diz Heir, que carrega no braço uma tatuagem que diz "menino da mamãe".
"Ela estava chorando e perguntando o que estava acontecendo e pediu que fosse buscá-la", relembra.
"Foi de quebrar o coração", diz.
"Ela está bem", disse. "Não parece real até acontecer com você".
Horas depois do ataque, o comandante Jirus estava em pé perto de uma estação de metrô em M Street, segurando uma garrafa de água. Ele parecia calmo.
"É a primeira vez que passo por isso", diz ele, se desculpando por não querer mais conversar.
"Eu preciso me recuperar", diz, amassando a garrafa. "E estou com fome."
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