'Gabriel estava com a pele queimada pelos tiros': brasileiros relatam ataque em restaurante
"Vimos luzes piscando como faíscas...eram os tiros das armas apontadas na nossa direção", contaram à BBC Brasil os brasileiros Diego Muniz Ribeiro e Guilherme Pianca Moreno, que estavam no restaurante Le Petit Cambodge, um dos alvos dos ataques na noite de sexta-feira (14) em Paris que mataram mais de 120 pessoas.
Moreno e Ribeiro faziam parte de um grupo de oito pessoas - sete brasileiros e um francês - sentadas em mesas na calçada do lado de fora do restaurante asiático. Tanto o restaurante como o bar do outro lado da rua, Le Carillon, foram atingidos por tiros; 14 pessoas morreram nesses dois locais e entre os feridos estavam dois integrantes do grupo de brasileiros.
Ribeiro e Moreno, mestrandos em arquitetura de passagem por Paris, disseram que o grupo estava passeando pela área e tinha escolhido o restaurante por acaso.
Eles estavam pagando a conta quando os disparos começaram. Se jogaram ao chão, sem entender, no momento, o que estava acontecendo. Um deles viu um atirador na rua, o outro acredita que possam ter sido dois atiradores.
Logo depois, saíram correndo até entrarem em um supermercado nas proximidades, onde cerca de 30 pessoas também haviam se refugiado.
"Levou cinco minutos para cair a ficha de que as luzes que tinha visto eram causadas por uma arma", disse Moreno.
"Foi muito barulho, gritaria, correria", contou Moreno. "Só quando saí do supermercado é que tive noção da tragédia", relata Ribeiro, que ficou levemente ferido por estilhaços e está com curativos na testa e braço.
Quando perceberam que o grupo não estava completo, voltaram ao restaurante e se depararam com o cenário "de corpos no chão, pessoas feridas".
Entre os feridos no chão estavam duas pessoa do grupo, o arquiteto Gabriel Sepe Camargo e uma estudante, identificada apenas como Camila, que teria levado um tiro na mão e sofrido ferimentos no peito.
Um dos amigos recolheu Camargo para dentro do restaurante.
Ribeiro disse ter sentido "uma grande sensação de impotência". "Demorou para chegada das equipes de resgate..quando elas chegaram não sabiam a quem atender primeiro. O resgate foi confuso", relatou Ribeiro.
Moreno e Ribeiro dizem ter sentido "muita angústia". Quando viraram o amigo, "havia muito sangue, as marcas de ferimento à bala, pele queimada...".
"Levou 15 minutos para os primeiros socorros, mais 15 minutos para que Gabriel recebesse oxigênio", disse Moreno.
Eles contaram que Camargo estava consciente quando foi colocado em uma maca. Eles estimam em 40 minutos o tempo entre o ataque e a chegada da ambulância com Camargo ao Hospital Bichat.
Ribeiro e Moreno acompanharam o amigo ao hospital. Entre a noite de sexta e o início da tarde de sábado, Camargo foi operado duas vezes, no pulmão e na tíbia, e está fora de perigo.
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