Três questões-chave para entender a polêmica transferência da Embaixada dos EUA em Israel
Os Estados Unidos estão prestes a abrir sua nova Embaixada em Jerusalém, uma iniciativa elogiada por Israel, mas duramente criticada por palestinos, que prometeram realizar vários protestos contra a medida.
Entre as autoridades que acompanharão o evento estão Ivanka Trump, filha do presidente americano, Donald Trump, e o seu marido, Jared Kushner.
Os palestinos reivindicam Jerusalém Oriental como futura capital e veem a medida como sinal de apoio dos EUA à visão de Israel, que considera a cidade como sua capital "eterna e indivisível".
A decisão do presidente Trump no ano passado de reconhecê-la como a capital de Israel não apenas rompeu com décadas de neutralidade dos EUA nesse tema como foi criticada por vários países. Veja abaixo as respostas a três perguntas chave sobre a polêmica.
Veja mais:
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- 'Israel tem direito de indicar sua capital como qualquer nação', dizem EUA
- "Marcha do Retorno" tem 6 semanas de protestos de palestinos em Gaza
Por que a mudança de Embaixada para Jerusalém atrai tanta controvérsia?
O status de Jerusalém está no coração do conflito entre israelenses e palestinos - ambos veem a cidade como sagrada e a querem como sua capital.
A cidade foi dividida ao final da guerra árabe-isralense de 1948, dando a Israel o controle sobre Jerusalém Ocidental e à Jordânia, o de Jerusalém Oriental - que inclui partes da antiga cidade e importantes localidades sagradas para judeus, cristãos e muçulmanos.
Israel capturou assumiu o controle sobre a cidade inteira em 1967, após a Guerra dos Seis Dias. Em 1980, Israel aprovou uma lei anexando Jerusalém Oriental, uma medida vista em amplas partes da comunidade internacional, inclusive pela ONU, como ilegal - assim como os vários assentamentos construídos em Jerusalém Oriental, que realocaram mais de 200 mil judeus. Na época, vários países transferiram suas Embaixadas para Tel Aviv.
De acordo com o tratado firmado entre israelenses e palestinos em 1993, o status final de Jerusalém deve ser discutido nos últimos estágios das negociações de paz. Por isso, o anúncio de Trump no ano passado, praticamente reconhecendo Jerusalém como capital única de Israel, deixou vários países preocupados, pois pode comprometer a neutralidade dos EUA na mediação do conflito.
Desde o anúncio de Trump, que foi condenada em uma resolução da ONU (128 países votaram a favor, 9 contra e 35 se abstiveram), 10 países disseram estar planejando fazer o mesmo, entre eles Guatemala, Romênia e República Tcheca.
No dia seguinte ao que Israel celebra o aniversário da fundação de seu Estado, os palestinos comemoram o que chamam de Nakba, ou Catástrofe, quando centenas de milhares de pessoas fugiram de suas casas ou foram desalojadas após a fundação do Estado de Israel em 1948.
Como estão reagindo israelenses e palestinos?
O primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, conclamou "todos os países a se unirem aos EUA para transferir suas embaixadas para Jerusalém". Por sua vez, o presidente da Autoridade Palestina, Mahmoud Abbas, descreveu a decisão de Trump como o "tapa do século".
Milhares de palestinos se preparam para protestar na fronteira que separa Israel e a Faixa de Gaza nesta segunda.
O timing da mudança de Embaixada também causou preocupação por causa da tensão, nas últimas semanas, na fronteira entre Gaza e Israel.
Desde o fim de março, mais de 40 palestinos foram mortos por soldados israelenses.
O alto comissário das Nações Unidas para Direitos Humanos, Zeid Ra'ad al-Hussein, acusa Israel de usar "força em excessiva".
Israel diz que agiu legitimamente para proteger seus civis de militantes que tentam atravessar a fronteira.
O que está sendo inaugurado e quem participa da cerimônia?
Uma pequena embaixada provisória começa a funcionar nesta segunda dentro do prédio do consulado dos EUA em Jerusalém. Uma instalação maior será escolhida posteriormente.
O presidente Trump deve participar da cerimônia dos EUA, por meio de videoconferência.
Mas ele mandou, como seus representantes, a filha e o genro, que são assessores especiais da Casa Branca, além do secretário do Tesouro, Steven Mnuchin, e o sub-secretário de Estado, John Sullivan.
A União Europeia manifestou várias vezes ser contra a mudança.
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