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Assassino de gays no Canadá: o jardineiro que confessou matar e esconder restos de vítimas em vasos de plantas

Prisão de McArthur traz alívio à comunidade LGBT de Toronto, que vivia com medo de um serial killer que atuava na cidade - Reprodução
Prisão de McArthur traz alívio à comunidade LGBT de Toronto, que vivia com medo de um serial killer que atuava na cidade Imagem: Reprodução

29/01/2019 17h59

Bruce McArthur assumiu a culpa pela morte de oito homens. Mortes em série aterrorizavam há anos a comunidade LGBT de Toronto, no Canadá.

Um jardineiro de Toronto, no Canadá, acusado de matar oito homens desaparecidos entre 2010 e 2017, confessou ter cometido os crimes.

Bruce McArthur, de 67 anos, foi preso em janeiro do ano passado, acusado da morte de dois homens. Depois, a polícia o acusou de outros seis assassinatos. A maioria de suas vítimas tinha ligações com o bairro Gay Village.

Muitos dos restos mortais das vítimas foram encontrados em vasos e canteiros de plantas em uma propriedade no bairro de Leaside, na mesma cidade.

Cada uma das acusações implica uma sentença de prisão perpétua - a pena aplicada em casos de assassinato no país.

Como McArthur é acusado de homicídio qualificado, isso significa que ele só poderá tentar obter liberdade condicional após passar ao menos 25 anos preso, ou seja, aos 91 anos de idade.

A audiência para definir sua pena começará em 4 de fevereiro. Amigos e parentes das vítimas testemunharão sobre como os assassinatos afetaram suas vidas.

Quais foram seus crimes?

O promotor Michael Cantlon afirma que McArthur havia fotografado suas vítimas e mantido algumas de suas joias como lembranças, segundo a emissora CBC.

Ele descreveu todos os crimes como "de natureza sexual", acrescentando que, após os assassinatos, ele desmembrou os corpos para evitar ser descoberto.

Enquanto muitos dos restos mortais foram enterrados em vasos e canteiros de uma residência em Toronto onde McArthur trabalhou, outros foram enterrados em um barranco próximo.

McArthur tinha um acordo com os moradores idosos da casa para armazenar seu equipamento de paisagismo ali em troca de cuidar gratuitamente do jardim, de acordo com as autoridades.

A polícia encontrou uma mochila no seu quarto no local onde ele morava, com fita adesiva, luva cirúrgica, corda, lacres, elásticos e seringas.

Os investigadores dizem que algumas das vítimas foram mortas em meio a uma agressão sexual ou ao serem mantidas "confinadas contra sua vontade".

A prisão deu início a uma das maiores investigações da história da polícia de Toronto. Foram feitas buscas em dezenas de propriedades ligadas ao jardineiro e examinados casos sem resolução que datam de décadas atrás.


Uma comunidade LGBT em terror

Análise por Robin Levinson-King

Em um tribunal lotado, as oito confissões de culpa de Bruce McArthur marcaram o início do fim de uma saga que assombra a comunidade LGBT de Toronto há anos.

Vestindo um suéter preto de malha e camisa xadrez, McArthur falou em voz baixa e com naturalidade quando se dirigiu ao tribunal, que estava repleto de familiares e amigos das vítimas.

Dentro do tribunal, muitos se mantiveram impassíveis, mas, do lado de fora, vários se abraçaram emocionados.

Durante anos, rumores de um assassino em série que atuava no Gay Village deixaram a comunidade LGBT da cidade com medo. A condenação de McArthur à prisão perpétua será um alívio para muitos.

Mas uma questão permanece: como ele evitou a Justiça por tanto tempo?


Quem são as vítimas?

Pelo que se sabe até agora, sete das oito vítimas tinham ligações com o bairro gay da cidade. Muitos dos homens eram imigrantes do sul da Ásia ou do Oriente Médio.

Membros da comunidade LGBT de Toronto criticaram a polícia, dizendo que não foram levadas a sério as preocupações com os homens desaparecidos.

As duas primeiras vítimas foram identificadas em janeiro como Andrew Kinsman, de 49 anos, e Selim Esen, de 44, que desapareceram em 2017.

Desde então, a polícia identificou Skandaraj Navaratnam, de 40, que desapareceu em 2010; Soroush Mahmudi, de 50, desaparecido em 2015; Dean Lisowick, de 47, que teria sido morto em 2016; Abdulbasir Faizi, de 42, que desapareceu em 2010; Majeed Kayhan, de 58, desaparecido em 2012; e Kirushna Kumar Kanagaratnam, de 37, que a polícia acredita ter sido morto em 2015.

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