E. Jean Carroll, a colunista americana que acusa Trump de tê-la estuprado na década de 1990
A colunista americana E. Jean Carroll diz que o presidente dos Estados Unidos a estuprou nos vestiários de uma loja de Nova York em meados da década de 1990. Trump nega a acusação e a descreve a deúncia como 'ficção'.
O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, descreveu como "ficção" a acusação de que teria estuprado uma mulher no vestiário de uma loja de departamentos em meados dos anos 1990.
A denúncia foi feita pela escritora E. Jean Carroll. Trump afirmou que a acusação seria uma jogada de marketing para aumentar as vendas do próximo livro da autora - detalhes do caso serão expostos na obra.
Carroll, que escreve a coluna de aconselhamento pessoal "Ask E. Jean" (Pergunte a E. Jean) na revista Elle desde 1993, publicará em julho o livro Para que precisamos de homens? Uma proposta modesta (em tradução livre).
Em uma prévia do trabalho divulgado na sexta-feira pela revista New York, Carroll diz que não relatou o suposto ataque na época porque um amigo lhe disse que ela não teria chances de vencer Trump em um julgamento.
Não é a primeira vez que o presidente dos Estados Unidos é acusado de condutas sexuais inapropriadas. Mais de uma dúzia de mulheres já fizeram alegações do tipo contra ele. Trump nega todas.
O que E. Jean Carroll alega?
No material publicado pela revista New York, Carroll descreve um encontro com Trump no final de 1995 ou no começo de 1996, na loja de luxo Bergdorf Goodman, em Nova York.
Carroll diz que reconheceu o empresário na loja e lhe disse: "Você é o magnata do mercado imobiliário". Segundo ela, Trump respondeu que estava comprando um presente para "uma garota".
A escritora argumenta que Trump sabia que, naquela época, ela participava de um quadro de conselhos pessoais na rede de TV americana NBC - a atração tinha o mesmo nome de sua coluna na revista Elle. Carroll diz que os dois começaram a brincar, incentivando um ao outro a experimentar alguma lingerie da loja.
A colunista afirma que os dois foram então para um vestiário da loja - segundo ela, foi nesse local onde o estupro ocorreu.
Tanto Trump como Carroll tinham cerca de 50 anos nessa época - ele estava casado com a atriz Marla Maples.
A escritora disse que contou a amigos sobre o suposto estupro e que eles a aconselharam a procurar a polícia.
Mas um deles pediu para ela não contar o caso a ninguém, pois temia uma derrota em caso de julgamento. "Esqueça, ele tem 200 advogados, vai enterrar você", teria dito esse amigo.
'Homens horríveis'
Carroll inclui Donald Trump em uma lista de seis "homens horríveis", sobre os quais ele fala em seu livro.
Outro incidente narrado por Carroll envolve Leslie Roy Moonves, ex-CEO da rede de televisão CBS. Moonves renunciou ao cargo em 2018 após a divulgação de denúncias de condutas sexuais inapropriadas.
O representante de Moonves disse à revista New York que ele "nega enfaticamente" o incidente relatado no artigo.
Carroll finaliza o texto dizendo que Trump foi seu "último homem horrível".
O que Trump diz?
"Nunca conheci essa pessoa na minha vida", disse o presidente dos EUA em um comunicado também divulgado pela revista "New York", na sexta-feira.
"Ela (Carroll) está tentando vender um novo livro, o que deve indicar sua motivação. Ele (o livro) deve ser vendido na seção de ficção", acrescentou.
No entanto, a revista New York incluiu no artigo uma imagem em que Trump e Carroll aparecem juntos em uma festa da rede de televisão NBC por volta de 1987. Eles parecem estar conversando.
Quando questionado sobre a foto neste sábado, Trump respondeu: "Eu estou de pé com meu casaco (na foto), de costas para a câmera, não tenho ideia de quem ela é."
"Há uma foto em que nós apertamos as mãos, parece que em algum tipo de evento. Tenho meu casaco e minha esposa está de pé ao meu lado. Eu não conhecia o marido dela, que era um apresentador, e não tenho ideia quem seja ela", acrescentou.
Em sua declaração, o republicano Trump também pediu que "qualquer pessoa que tiver informações de que o Partido Democrata esteja 'trabalhando' com Carroll ou com a revista Nova York' notifique a Casa Branca.
Ele ainda criticou a revista por "vender notícias falsas" e classificou a publicação como "negócio falido".
"Vergonha daqueles que inventam histórias falsas de agressão para tentar obter publicidade para si mesmos, ou para vender um livro, ou realizar uma agenda política", disse ele.
"É muito ruim quando as pessoas acreditam, especialmente quando não há provas", acrescentou Trump.
O presidente americano também agradeceu à loja de luxo Bergdorf Goodman por "confirmar que a empresa não tem imagens de vídeo de tal incidente".
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