A primeira-dama acusada de mandar matar a ex-mulher do marido primeiro-ministro
Maesaiah Thabane, de 42 anos, compareceu a um tribunal na manhã desta quarta-feira (05/02) no Lesoto e permanecerá sob custódia.
A primeira-dama de Lesoto, um minúsculo país encravado na África do Sul, foi acusada formalmente de assassinar a ex-mulher de seu marido primeiro-ministro.
Ela também foi acusada de tentativa de assassinato de uma segunda mulher que estava com a vítima na noite de sua morte.
O crime, ocorrido em 2017, chocou a nação, uma das três monarquias soberanas no continente africano, juntamente com Marrocos e Eswatini, ex-Suazilândia.
Maesaiah Thabane, de 42 anos, compareceu a um tribunal na manhã desta quarta-feira (05/02) e permanecerá sob custódia.
Ela estava desaparecida desde janeiro, mas se entregou à polícia na terça-feira.
O primeiro-ministro Thomas Thabane, de 80 anos, também foi interrogado sobre o assassinato.
Sua ex-mulher, Lipolelo Thabane, foi morta a tiros nos arredores de sua casa, na capital Maseru, dois dias antes de sua posse, em 2017.
O casal estava envolvido em um processo de divórcio litigioso na época.
O assassinato foi originalmente atribuído a homens armados desconhecidos, mas documentos judiciais recentes apresentados pelo comissário de polícia do país, Holomo Molibeli, levantaram novas questões sobre o caso.
Um mandado de prisão foi emitido contra Maesaiah Thabane, em 10 de janeiro, depois que ela desapareceu.
Ela foi "apanhada na fronteira" com a África do Sul na terça-feira (04/02) depois de um acordo entre seus advogados e autoridades policiais, disse o porta-voz da polícia Mpiti Mopeli à agência de notícias AFP.
O advogado de Maesaiah Thabane, Rethabile Setlojoane, disse à BBC que não podia comentar o caso.
Outras oito pessoas em Lesoto e na África do Sul também estão enfrentando acusações por envolvimento no assassinato.
No mês passado, Thabane concordou em ser interrogado pela polícia. No dia em que o interrogatório ocorreu, centenas de opositores marcharam pelas ruas da capital, Maseru, exigindo sua demissão imediata.
À medida que a pressão sobre o caso aumentava, Thabane anunciou sua intenção de renunciar em 16 de janeiro, mas não especificou nenhuma data.
Thabane justificou a decisão como uma "aposentadoria", sem fazer referência às acusações contra ele e sua esposa.
O partido governista e a oposição acusaram o líder de dificultar a investigação do assassinato de sua ex-mulher.
Thabane e sua atual esposa ainda não comentaram o caso.
Eles se casaram apenas três meses depois do assassinato de sua ex-mulher.
O que aconteceu com Lipolelo Thabane?
Lipolelo Thabane foi morta apenas dois dias antes de Thabane assumir o cargo de primeiro-ministro de Lesoto, em junho de 2017. Ela tinha 58 anos e não morava mais com o marido desde 2012.
Uma noite, ao voltar para casa, ela foi vítima de uma emboscada, baleada várias vezes a curta distância e morreu na beira de uma estrada.
O assassinato chocou a nação. Thabane o descreveu como uma "morte sem sentido" em seu discurso de posse.
Inicialmente, homens armados desconhecidos foram responsabilizados pelo assassinato, mas novas evidências apresentadas em documentos judiciais surgiram no início de janeiro.
As evidências, noticiadas pela agência de notícias AFP, incluíam uma cópia de uma carta que o chefe de polícia escreveu a Thabane.
A carta, datada de 23 de dezembro de 2019, dizia: "As investigações revelam que houve uma comunicação telefônica na cena do crime em questão ... com outro telefone celular. O número de telefone celular pertence a você".
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