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Eleições nos EUA: quem lidera a apuração nos 4 Estados que devem definir a disputa Trump x Biden

O republicano Donald Trump e o democrata Joe Biden, adversários nas eleições presidenciais de 2020 - Morry Gash e Jim Watson/AFP
O republicano Donald Trump e o democrata Joe Biden, adversários nas eleições presidenciais de 2020 Imagem: Morry Gash e Jim Watson/AFP

07/11/2020 08h21

Joe Biden aparece à frente nos 4 Estados que devem definir quem comandará a Casa Branca: Arizona, Georgia, Nevada e Pensilvânia.

No quarto dia após a eleição nos Estados Unidos, a apuração continua e até as primeiras horas do sábado ainda não haviam votos suficientes contabilizados para reconhecer a vitória do republicano Donald Trump ou do democrata Joe Biden.

Biden tem mais votos populares, mas no sistema americano isso não é o que decide quem vai ser presidente. Um dos candidatos precisa conquistar a maioria (270 de 538) no colégio eleitoral, sistema em que cada Estado tem um número de cadeiras (relacionado ao tamanho da população).

Na manhã deste sábado (07/11), Biden já tinha assegurados 253 votos no colégio eleitoral, e Trump, 214. E as atenções estão voltadas para quatro Estados capazes de definir quem assumirá a Casa Branca: Arizona, Georgia, Nevada e Pensilvânia.

Além deles, também não chegaram a um resultado final o Alasca e a Carolina do Norte, Estados em que o presidente Donald Trump lidera as apurações.

Confira a situação em cada um desses Estados:

Cédulas de votação enviadas por correspondência são contabilizadas em Atlanta, na Geórgia - EFE/EPA/ERIK S. LESSER - EFE/EPA/ERIK S. LESSER
Cédulas de votação enviadas por correspondência são contabilizadas em Atlanta, na Geórgia
Imagem: EFE/EPA/ERIK S. LESSER

Pensilvânia: Biden lidera

Entre os Estados com resultado ainda indefinido, a Pensilvânia é o que tem maior número de delegados no colégio eleitoral: 20 votos. Isso significa que, se Biden vencer nesse Estado, ele vence a corrida eleitoral, ainda que Trump conseguisse vencer em todos os outros Estados que ainda não têm resultado.

Na manhã deste sábado, Biden tinha 3.336.887 votos (49,6% do total) e Trump, 3.308.054 (49,1%).

Para Trump, o caminho para atingir os 270 votos no colégio eleitoral passa necessariamente pela vitória na Pensilvânia. Sem a Pensilvânia, nem mesmo vencendo em todos os outros Estados com resultado ainda definido ele conseguiria chegar a esse número de delegados.

Geórgia: Biden lidera

Na madrugada deste sábado, o destaque foi o aumento da diferença de votos entre os dois candidatos na Geórgia. Biden conseguiu quase dobrar a distância que mantinha de Trump: o democrata estava à frente por mais de 4 mil votos e ampliou essa distância para mais de 7 mil no estado, que tem tradição de eleger republicanos.

Na manhã deste sábado, Biden tinha 2.461.455 votos (49,4%) e Trump, 2.454.207 (49,3%). O Estado tem 16 delegados no colégio eleitoral. Se a vitória de Biden se confirmar no Estado, ele chegaria a 269 delegados no colégio eleitoral, um a menos do que o necessário para a eleição, e ainda precisaria da vitória em mais algum Estado para consolidar a vitória.

Manifestação pró-Trump pede interrupção de contagem de votos em Harrisburg, na Pensilvânia - Spencer Platt/Getty Images via AFP - Spencer Platt/Getty Images via AFP
(05/11/2020) Eleições nos EUA: Manifestação pró-Trump pede interrupção de contagem de votos em Harrisburg, na Pensilvânia
Imagem: Spencer Platt/Getty Images via AFP

Nevada: Biden lidera

Estado com 6 votos no colégio eleitoral, Nevada também tem registrado mais votos para o Partido Democrata. Na manhã deste sábado, Biden tinha 632.558 votos (49,8%) e Trump, 609.901 (48%).

Arizona: Biden lidera

Biden também tem vantagem no Arizona, com 1.604.067 votos (49,6% do total). Isso o posiciona à frente de Trump, que teve até a manhã deste sábado 1.574.206 votos contabilizados (48,7%). O Estado tem 11 votos no colégio eleitoral.

Alguns veículos apontam que Biden venceu no Arizona, mas a BBC considera que o resultado ainda não está definido.

Carolina do Norte: Trump lidera

Na Carolina do Norte, que tem 15 delegados no colégio eleitoral, o presidente Donald Trump está à frente, com 2.732.818 votos (50% do total). Já o democrata tem 2.656.303 (48,6%).

Alasca: Trump lidera

Estado com menor peso no colégio eleitoral entre os que ainda estão sem definição (3 delegados no colégio eleitoral), o Alasca tem, até a manhã deste sábado, muito mais votos para Trump (108.231, o que equivale a 62,9%) do que para Biden (56.849, ou 33%).

Veja, a seguir, os possíveis cenários para a vitória de Biden ou de Trump:

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Imagem: KEVIN LAMARQUE/REUTERS

O que disse Biden

Na noite de sexta-feira (6/11), Biden fez um discurso em Wilmington, no Estado de Delaware, no qual disse que sua campanha "vai ganhar na Pensilvânia" e que espera obter 300 votos no colégio eleitoral.

"Vamos ganhar essa corrida com uma maioria acima de qualquer dúvida", disse o candidato. "Tivemos 74 milhões de votos. Isso é mais do que qualquer chapa presidencial já teve na história dos Estados Unidos."

Ele comemorou a "reconstrução do muro azul", uma referência à conquista pelo seu partido, representado por esta cor, de estados do Centro-Oeste que haviam dado vitória ao republicano Donald Trump em 2016.

Ao mesmo tempo, Biden fez um discurso conciliatório, pedindo que os americanos "deixem a raiva e a demonização para trás".

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Imagem: CARLOS BARRIA/REUTERS

O que disse Trump

Comunicado divulgado pela equipe de Trump acusa os democratas de resistir ao "princípio básico" de que "todas as cédulas legais devem ser contadas e todas as cédulas ilegais não deveriam ser contadas", e diz que Trump "seguirá este processo em todos os aspectos da lei".

Trump sugeriu repetidamente que contar os votos por correspondência que chegam após o dia das eleições é "ilegal". Mas as cédulas atrasadas podem ser contadas em cerca de metade dos Estados dos EUA, desde que tenham o carimbo do correio até 3 de novembro (dia das eleições). Isso inclui Pensilvânia, Nevada e Carolina do Norte. E os prazos para a chegada de uma cédula postal variam de Estado para Estado.

Trump fez várias alegações infundadas de fraude eleitoral, que foram negadas por funcionários eleitorais locais.