Alemanha promete enviar à Ucrânia sistema de defesa aérea mais avançado que possui
O chanceler federal alemão, Olaf Scholz, prometeu fornecer à Ucrânia nesta quarta-feira (1°) o mais avançado sistema de defesa aérea que o país possui.
Num discurso no parlamento federal sobre orçamento, Scholz disse que enviará a Kiev o Iris-T, equipamento bélico que permitirá à Ucrânia "proteger uma grande cidade dos ataques aéreos russos".
Além disso, ele prometeu enviar um radar de rastreamento ultramoderno que pode detectar artilharia, e lembrou ainda que, nas próximas semanas, a Alemanha vai entregar 12 obuses autopropulsados blindados PzH-2000 à Ucrânia, em colaboração com a Holanda.
O chanceler alemão disse que Kiev já assinou um contrato com a indústria armamentista para o fornecimento de tanques Gepard e sublinhou que tanto estes equipamentos como os PzH-2000 se enquadram na classificação de "armas pesadas".
"Fornecemos [ajuda] continuamente, desde o início da guerra. E logo após o início da guerra tomamos essa decisão e rompemos com uma postura estatal de anos na Alemanha. Foi uma decisão sábia, mas foi uma decisão corajosa e nova deste governo", disse Scholz, referindo-se à tradição de longa data de Berlim de não enviar armas a regiões em conflito.
Acusações de hesitação
Com o anúncio, Scholz se defendeu no Bundestag contra a acusação de que estaria sendo hesitante e protelando a implementação da decisão do Parlamento alemão de disponibilizar armas pesadas à Ucrânia.
O chefe de governo afirmou que as alegações não são verdadeiras e, em seu discurso de meia hora, listou o que a Alemanha entregará no futuro e o que já entregou até agora.
O chanceler ressaltou que a Alemanha forneceu à Ucrânia mísseis antiaéreos e armas antitanque, mais de 15 milhões de munições, 100 mil granadas de mão, mais de 5 mil minas antitanque, material altamente explosivo, metralhadoras e dezenas de carregamentos de caminhões com outros itens relevantes, como sistemas de defesa contra drones.
Ele também se referiu ao recente acordo entre o governo e a oposição conservadora para liberar 100 bilhões de euros voltados à modernização da Bundeswehr (Forças Armadas alemãs), envolvendo a criação de um fundo especial de aquisições militares para resolver "a negligência dos últimos 16 anos".
Por seu lado, num discurso anterior ao do chanceler, o líder da oposicionista União Democrata Cristã (CDU), Friedrich Merz, criticou o fato de que, mais de um mês após o Bundestag concordar sobre o fornecimento de armas pesadas à Ucrânia, estas ainda não chegaram ao país.
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