Berlim proíbe manifestações de apoio à causa palestina
A polícia de Berlim anunciou nesta terça-feira (10/10) a proibição de um ato público de apoio à causa palestina que estava programado para o dia seguinte. O motivo, segundo as autoridades da capital alemã, seriam preocupações em relação a possíveis "perigos para a segurança e para a ordem pública".
A manifestação, cuja concentração estava marcada para ocorrer na famosa Praça Parisiense, entre o Portão de Brandemburgo e a avenida Unter den Linden, reuniria simpatizantes da Palestina que percorreriam um trajeto através do bairro de Neuköllln, onde se encontra uma importante comunidade árabe.
A polícia informou que também estão proibidos quaisquer outros atos que venham a ser realizados em substituição ao que estava marcado para esta quarta-feira.
Segundo o informe divulgado na rede social X, antigo Twitter, a decisão de proibir a manifestação foi tomada tanto em razão da "situação atual no Oriente Médio" quanto pelos "acontecimentos no final de semana passado em Berlim".
No sábado passado, um ato realizado pela organização Samidoun, uma rede de apoio a prisioneiros palestinos, reuniu centenas de pessoas, algumas das quais, comemoravam os ataques contra Israelperpetrados pelo Hamas, considerado um grupo terrorista na União Europeia (UE) e nos Estados Unidos.
A manifestação gerou repúdio da maioria dos membros do Bundestag (Parlamento alemão), com a exceção dos representantes dos partidos A Esquerda e do ultradireitista Alternativa para a Alemanha (AfD).
Polícia acusada de agir com violência
As três legendas que formam a coalizão de governo da Alemanha - o Partido Social-Democrata (SPD) do chanceler federal Olaf Scholz, o Partido Liberal-Democrático e os Verdes - e a sigla conservadora de oposição União Democrata Cristã (CDU) cogitaram tornar ilegal a rede Samidoun.
O grupo pró-Palestina, por sua vez, acusou a polícia berlinense de usar de violência para dispersar a manifestação no último fim de semana que havia sido anteriormente permitida pelas autoridades. Segundo o grupo, vários manifestantes ficaram feridos após a ação policial.
A agência alemã de notícias DPA, informou que outras manifestações também foram proibidas por conterem slogans antissemitas e de incitação à violência.
rc (EFE, DPA, AFP)
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