Crise política no Paraguai

Brasil defende suspensão do Paraguai e entrada da Venezuela no Mercosul

Em Brasília

O ministro das Relações Exteriores, Antônio Patriota, defendeu nesta quarta-feira (5) a suspensão do Paraguai do Mercosul, adotada após o impeachment do então presidente Fernando Lugo, assim como a decisão do bloco de aceitar a Venezuela como integrante definitivo.

"Era necessário enviar um sinal claro, não apenas ao governo do Paraguai, mas também a todos os países da região: um sinal inequívoco de que, nesta região, não há mais espaço para aventuras antidemocráticas", disse Patriota na Comissão de Relações Exteriores do Senado. O chanceler compareceu à Comissão para explicar diversos aspectos da política externa do governo Dilma.

Patriota reiterou que a suspensão do Paraguai foi estipulada pelos governos de Argentina, Brasil e Uruguai e argumentou que Lugo "não teve o devido direito à defesa" no processo que culminou com a sua destituição no dia 22 de junho.

Sobre a entrada da Venezuela, decidida uma semana depois na mesma cúpula em que o bloco excluiu de forma temporária o Paraguai, o ministro insistiu sobre o potencial econômico e comercial que o Mercosul adquire com a incorporação do país.

"A Venezuela é uma potência energética, a quarta da América do Sul e o seu ingresso ajuda a mostrar que o Mercosul não envolve só o Sul do Brasil, mas o Norte, Nordeste, região Amazônica", declarou o chanceler.

Patriota também insistiu que a suspensão do Paraguai não afetou em nada as relações comerciais e econômicas dessa nação com os outros três países membros do Mercosul, que quando decidiram pela suspensão do país concordaram que esta não acarretaria "peso para a população paraguaia" nem interromperia a cooperação entre as nações.

No caso particular do Brasil, declarou: "Temos importantes relações com o comércio, temos Itaipu, 250 mil brasileiros no Paraguai, queremos continuar com a nossa amizade".

O Mercosul, assim como a União das Nações Sul-Americanas (Unasul), decretaram a suspensão do Paraguai no dia 29 de junho, por considerar que ocorreu um "rompimento da ordem democrática" neste país com o impeachment de Lugo, cujo mandato deveria ser concluído no dia 15 de agosto de 2013.

Segundo Patriota, os governos da Argentina, Brasil e Uruguai "desejam que esta situação dure o menos possível, em favor da prosperidade, da democracia com distribuição de renda e justiça social".

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