De tecnocrata a humorista, todos querem ser primeiro-ministro da Itália
Carmen Postigo.
Roma, 21 fev (EFE).- O primeiro-ministro tecnocrata em fim de mandato, Mario Monti; o polêmico ex-presidente, Silvio Berlusconi; o líder de centro-esquerda defensor das políticas sociais, Pier Luigi Bersani; e o "antipolítico" Beppe Grilo protagonizam as eleições gerais na Itália, que vão acontecer nos próximos dias 24 e 25.
Participam da disputa para vagas na Câmara dos Deputados 19 chapas, e no pleito para o Senado haverá 16, que vão desde a centro-direita à centro-esquerda, passando pelo polêmico Movimento 5 Estrelas, liderado por Grilo, ao qual as últimas pesquisas dão 16% dos votos.
O primeiro-ministro em fim de mandato, Mario Monti, de 70 anos, anunciou sua saída da arena política no último dia 25 dezembro e, como não pode se apresentar como candidato por sua condição de senador vitalício, várias formações centristas fizeram um fino trabalho de ourivesaria política para que o ex-comissário pudesse concorrer a um novo mandato.
No dia 4 de janeiro, o próprio Monti apresentou a coligação Escolha Cívica, uma parceria com a União de Democratas Cristãos (UDC), de Pierferdinando Cassini, e Futuro e Liberdade (FLI), de Gianfranco Fini, à qual as pesquisas outorgam também 16% dos votos.
Monti abandonou seu tom pedagógico de primeiro-ministro para mostrar uma atitude mais agressiva com seus oponentes, defender ferrenhamente as medidas adotadas durante seu governo e se qualificar como o único político capaz de levar o país à frente.
De Bersani - cujo partido, o Democrata (PD), acusou de "estar envolvido" em um escândalo bancário - a Berlusconi (seu alvo favorito), poucos escaparam de suas críticas mordazes.
Monti chegou a chamar Berlusconi de "flautista de Hamelin" e de "encantador de serpentes" por sua última proposta de devolver aos contribuintes o imposto pago ao primeiro imóvel, reintroduzido por seu governo.
"Pela primeira vez, de maneira científica, os votos dos italianos são comprados com o dinheiro que tiveram que desembolsar para tapar os buracos que foram criados por quem agora faz promessas", disse o ex-comissário europeu.
Os analistas acreditam que a proposta, que Berlusconi guardou na manga pela grande quantidade de votos que pode garantir, pode também acarretar a perda de confiança dos mercados na Itália e jogar no lixo todo o trabalho de credibilidade econômica e de imagem desenvolvida nos 13 meses do governo de Monti.
Berlusconi, de 76 anos, se apresenta como cabeça de chapa ao Senado por seu partido, o Povo da Liberdade (PDL) que concorre às eleições com sua velha aliada, a federalista Liga do Norte.
Após cair nas pesquisas até 10%, "Il Cavaliere" conseguiu chegar a 30% das intenções de voto graças a um golpe de misericórdia, que fez tremer os alicerces dos que seguem as ordens de Bruxelas.
Por sua vez, o líder da coalizão de centro-esquerda italiana, Pier Luigi Bersani, de 62 anos, com 34% a 38% dos votos, está disposto a devolver à Itália as políticas sociais afetadas pelas medidas de austeridade impostas por Monti, sem abandonar o caminho de recuperação econômica e de crescimento.
Procedente do Partido Comunista, Bersani aparece como um candidato que se crê capaz de acabar com a "confusão" e a "opacidade" da Itália que, em sua opinião, a direita italiana gerou com suas promessas nos últimos dez anos.
Bersani chega a estas eleições junto com o carismático Nichi Vendola, líder de Esquerda, Ecologia, Liberdade, que representa a corrente mais progressista da centro-esquerda com um programa baseado na conversão "ecológica" da economia.
Vendola, de 55 anos, homossexual e preocupado com o meio ambiente, é o fundador da Associação Lésbica e Gay Italiana, e sua homossexualidade é o vértice do triângulo que forma sua complexa personalidade, junto com sua fé católica e seu ideário comunista.
E, finalmente, há o líder do Movimento 5 Estrelas, o humorista Beppe Grilo, que agrada os desencantados pela política italiana, apesar de sua criticada personalidade populista e demagoga.
Seguidor da chamada "antipolítica", Grilo, de 63 anos, foi ganhando importância na cena eleitoral e foi o vencedor moral do pleito municipal realizado no ano passado na Itália, no qual concorreu à prefeitura de Parma.
Grilo, que pouco aparece na televisão, quer "renovar" e "limpar" a política através de um movimento baseado na participação popular e, para isso, escolheu seus candidatos através da internet entre vários profissionais, donas de casa, estudantes, desempregados, mas nenhum político de profissão.
Roma, 21 fev (EFE).- O primeiro-ministro tecnocrata em fim de mandato, Mario Monti; o polêmico ex-presidente, Silvio Berlusconi; o líder de centro-esquerda defensor das políticas sociais, Pier Luigi Bersani; e o "antipolítico" Beppe Grilo protagonizam as eleições gerais na Itália, que vão acontecer nos próximos dias 24 e 25.
Participam da disputa para vagas na Câmara dos Deputados 19 chapas, e no pleito para o Senado haverá 16, que vão desde a centro-direita à centro-esquerda, passando pelo polêmico Movimento 5 Estrelas, liderado por Grilo, ao qual as últimas pesquisas dão 16% dos votos.
O primeiro-ministro em fim de mandato, Mario Monti, de 70 anos, anunciou sua saída da arena política no último dia 25 dezembro e, como não pode se apresentar como candidato por sua condição de senador vitalício, várias formações centristas fizeram um fino trabalho de ourivesaria política para que o ex-comissário pudesse concorrer a um novo mandato.
No dia 4 de janeiro, o próprio Monti apresentou a coligação Escolha Cívica, uma parceria com a União de Democratas Cristãos (UDC), de Pierferdinando Cassini, e Futuro e Liberdade (FLI), de Gianfranco Fini, à qual as pesquisas outorgam também 16% dos votos.
Monti abandonou seu tom pedagógico de primeiro-ministro para mostrar uma atitude mais agressiva com seus oponentes, defender ferrenhamente as medidas adotadas durante seu governo e se qualificar como o único político capaz de levar o país à frente.
De Bersani - cujo partido, o Democrata (PD), acusou de "estar envolvido" em um escândalo bancário - a Berlusconi (seu alvo favorito), poucos escaparam de suas críticas mordazes.
Monti chegou a chamar Berlusconi de "flautista de Hamelin" e de "encantador de serpentes" por sua última proposta de devolver aos contribuintes o imposto pago ao primeiro imóvel, reintroduzido por seu governo.
"Pela primeira vez, de maneira científica, os votos dos italianos são comprados com o dinheiro que tiveram que desembolsar para tapar os buracos que foram criados por quem agora faz promessas", disse o ex-comissário europeu.
Os analistas acreditam que a proposta, que Berlusconi guardou na manga pela grande quantidade de votos que pode garantir, pode também acarretar a perda de confiança dos mercados na Itália e jogar no lixo todo o trabalho de credibilidade econômica e de imagem desenvolvida nos 13 meses do governo de Monti.
Berlusconi, de 76 anos, se apresenta como cabeça de chapa ao Senado por seu partido, o Povo da Liberdade (PDL) que concorre às eleições com sua velha aliada, a federalista Liga do Norte.
Após cair nas pesquisas até 10%, "Il Cavaliere" conseguiu chegar a 30% das intenções de voto graças a um golpe de misericórdia, que fez tremer os alicerces dos que seguem as ordens de Bruxelas.
Por sua vez, o líder da coalizão de centro-esquerda italiana, Pier Luigi Bersani, de 62 anos, com 34% a 38% dos votos, está disposto a devolver à Itália as políticas sociais afetadas pelas medidas de austeridade impostas por Monti, sem abandonar o caminho de recuperação econômica e de crescimento.
Procedente do Partido Comunista, Bersani aparece como um candidato que se crê capaz de acabar com a "confusão" e a "opacidade" da Itália que, em sua opinião, a direita italiana gerou com suas promessas nos últimos dez anos.
Bersani chega a estas eleições junto com o carismático Nichi Vendola, líder de Esquerda, Ecologia, Liberdade, que representa a corrente mais progressista da centro-esquerda com um programa baseado na conversão "ecológica" da economia.
Vendola, de 55 anos, homossexual e preocupado com o meio ambiente, é o fundador da Associação Lésbica e Gay Italiana, e sua homossexualidade é o vértice do triângulo que forma sua complexa personalidade, junto com sua fé católica e seu ideário comunista.
E, finalmente, há o líder do Movimento 5 Estrelas, o humorista Beppe Grilo, que agrada os desencantados pela política italiana, apesar de sua criticada personalidade populista e demagoga.
Seguidor da chamada "antipolítica", Grilo, de 63 anos, foi ganhando importância na cena eleitoral e foi o vencedor moral do pleito municipal realizado no ano passado na Itália, no qual concorreu à prefeitura de Parma.
Grilo, que pouco aparece na televisão, quer "renovar" e "limpar" a política através de um movimento baseado na participação popular e, para isso, escolheu seus candidatos através da internet entre vários profissionais, donas de casa, estudantes, desempregados, mas nenhum político de profissão.