Nomeado para direção do FBI defende espionagem eletrônica americana
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Evan Vucci/AP
James Comey foi indicado por Obama para ser diretor do FBI pelos próximos 10 anos
O indicado por Barack Obama para o cargo diretor do FBI, James Comey, defendeu nesta terça-feira (9) a utilização de técnicas de espionagem eletrônica, embora tenha ressaltado que é preciso "transparência" na utilização destes recursos.
Ex-número 2 do Departamento de Justiça entre 2003 e 2005, durante o mandato presidencial de George W. Bush, Comey enfrentou hoje a primeira jornada de seu processo de confirmação, ao comparecer diante do comitê de Justiça do Senado, que deve dar sinal verde para sua efetivação, após votação.
O diretor, de 52 anos, evitou opinar sobre detalhes que disse desconhecer, sobre o controvertido programa de espionagem recentemente revelados, da Agência de Segurança Nacional (NSA) e do FBI.
Comey, no entanto, afirmou que "a coleta de metadados (registros que não incluem o conteúdo) é, em geral, muito útil ferramenta antiterrorista". O novo homem-forte do FBI ainda acrescentou que espera transformar a agência de inteligência também em uma agência de combate ao crime, por isso o foco em "ciberameaças, ciberespionagem e ciberterrorismo".
Se for referendado pelo Senado, o ex-funcionário do Departamento de Justiça ocupará por 10 anos o cargo de diretor do FBI, substituindo Robert Müller.
Na sabatina, os senadores quiseram saber detalhes sobre o trabalho de Comey no governo Bush. Ele revelou que ao ter ficado ciente de práticas como afogamento simulado ou privação de sono, as considerou imediatamente tortura. "Se me transformar em diretor do FBI, nunca aprovaria algo como isso", acrescentou.
O indicado para o cargo de direção, no entanto, não falou sobre seu papel na execução dos programas de espionagem eletrônica da era Bush.
Grampos nos EUA
![]() | O programa | O Prism é um programa de inteligência secreta americana que daria ao governo acesso aos dados de usuários de serviços de grandes empresas de tecnologia |
![]() | Quais dados? | Não se sabe exatamente, mas qualquer informação poderia ser consultada. O jornal 'Washington Post' cita e-mail, chat, fotos, vídeos e detalhes das redes sociais |
![]() | Quem sabia? | Segundo Obama, o programa foi aprovado pelo Congresso e é fiscalizado pelo Poder Judiciário no país. Todas as empresas negaram participação |
![]() | Funcionamento | De acordo com fontes do jornal britânico 'The Guardian', o governo poderia ter acesso aos dados sem o consentimento das empresas, mas, como eles são criptografados, precisaria de chaves que só as companhias possuem |
![]() | Empresas possivelmente envolvidas | Microsoft, Google, Facebook, Yahoo, Apple, Paltalk, Skype, Youtube, AOL |
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