Foro de São Paulo pede que governos progressistas rumem para a esquerda
São Paulo, 1 ago (EFE).- O secretário-executivo do Foro de São Paulo, Valter Pomar, pediu nesta quinta-feira aos governos "progressistas" da América Latina para "avançarem em direção à esquerda" para conter o "esgotamento" de um modelo que permitiu reduzir a pobreza, mas está ameaçado pela crise global e a "reação" da direita.
"O esgotamento é relativo", mas é visível em vários sentidos, disse Pomar, do Partido dos Trabalhadores (PT), em declaração à Efe.
Segundo Pomar, "por um lado se esgotou" o modelo de distribuição de renda entre os mais pobres, embora "tenha sido muito mais bem-sucedido do que poderia ser", e também "se esgotou no sentido de que gerou forças sociais que desejam mais do que receberam até agora".
Esse seria o motivo das recentes e massivas manifestações no Brasil, já que na última década, cerca de 40 milhões de pessoas saíram da miséria - apesar das imensas desigualdades sociais permanecerem - e exigem serviços melhores e faz isso ocupando as ruas com protestos.
Também considerou que o "esgotamento" do modelo se deve a que "as classes dominantes têm uma tolerância cada vez menor frente às experiências de distribuição de renda" e começaram a encorajar uma "reação", que apela para métodos "antidemocráticos".
A direita "está recuperando terreno em parte pelas fragilidades e erros" da esquerda, reconheceu o dirigente do Foro de São Paulo, formado por 100 partidos de esquerda da América Latina e que se reúne esta semana na cidade.
O secretário apontou, no entanto, que a direita conta com "o imenso apoio que tem" em setores econômicos, políticos e na imprensa.
Pomar acrescentou que nos protestos no Brasil, ou nos que ocorrem de forma recorrente na Argentina e na Venezuela, entre outros países, se somaram alguns setores de esquerda, que "exigem mais" de governos considerados progressistas.
"As dissidências da esquerda política e social falam sobre os que desejam mais do que tiveram até agora" e exigem um aprofundamento das políticas voltadas aos setores populares, afirmou.
No entanto, apontou que as manifestações também foram infiltradas por "movimentos antidemocráticos", que ligou à "reação das classes dominantes".
Na opinião de Pomar, "a solução para esses problemas passa por um aprofundamento do processo de mudanças, não só na economia, mas também na política".
O esquerdista também alertou que, no aspecto puramente econômico, o cenário latino-americano se deteriora com o esfriamento da economia chinesa e a queda dos preços das matérias-primas e pode afetar as "forças progressistas" em termos eleitorais.
A resposta, segundo Pomar, deve ser "mais democracia econômica, mais democracia social e mais democracia política".
Isso aponta, em sua opinião, para uma "saída pela esquerda, no sentido de reduzir a influência econômica, social e política do grande capital e, sobretudo, do capital transnacional e financeiro e das potências imperialistas".
Para isso, segundo Pomar, é necessário "aumentar a presença do investimento público, do Estado, das pequenas e médias empresas e as cooperativas; e aumentar a força política dos trabalhadores e dos setores progressistas" das classes médias.
As sessões do Foro de São Paulo serão abertas oficialmente nesta sexta-feira pelo ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, e se encerram no domingo, quando é esperada a presença do presidente da Bolívia, Evo Morales.
"O esgotamento é relativo", mas é visível em vários sentidos, disse Pomar, do Partido dos Trabalhadores (PT), em declaração à Efe.
Segundo Pomar, "por um lado se esgotou" o modelo de distribuição de renda entre os mais pobres, embora "tenha sido muito mais bem-sucedido do que poderia ser", e também "se esgotou no sentido de que gerou forças sociais que desejam mais do que receberam até agora".
Esse seria o motivo das recentes e massivas manifestações no Brasil, já que na última década, cerca de 40 milhões de pessoas saíram da miséria - apesar das imensas desigualdades sociais permanecerem - e exigem serviços melhores e faz isso ocupando as ruas com protestos.
Também considerou que o "esgotamento" do modelo se deve a que "as classes dominantes têm uma tolerância cada vez menor frente às experiências de distribuição de renda" e começaram a encorajar uma "reação", que apela para métodos "antidemocráticos".
A direita "está recuperando terreno em parte pelas fragilidades e erros" da esquerda, reconheceu o dirigente do Foro de São Paulo, formado por 100 partidos de esquerda da América Latina e que se reúne esta semana na cidade.
O secretário apontou, no entanto, que a direita conta com "o imenso apoio que tem" em setores econômicos, políticos e na imprensa.
Pomar acrescentou que nos protestos no Brasil, ou nos que ocorrem de forma recorrente na Argentina e na Venezuela, entre outros países, se somaram alguns setores de esquerda, que "exigem mais" de governos considerados progressistas.
"As dissidências da esquerda política e social falam sobre os que desejam mais do que tiveram até agora" e exigem um aprofundamento das políticas voltadas aos setores populares, afirmou.
No entanto, apontou que as manifestações também foram infiltradas por "movimentos antidemocráticos", que ligou à "reação das classes dominantes".
Na opinião de Pomar, "a solução para esses problemas passa por um aprofundamento do processo de mudanças, não só na economia, mas também na política".
O esquerdista também alertou que, no aspecto puramente econômico, o cenário latino-americano se deteriora com o esfriamento da economia chinesa e a queda dos preços das matérias-primas e pode afetar as "forças progressistas" em termos eleitorais.
A resposta, segundo Pomar, deve ser "mais democracia econômica, mais democracia social e mais democracia política".
Isso aponta, em sua opinião, para uma "saída pela esquerda, no sentido de reduzir a influência econômica, social e política do grande capital e, sobretudo, do capital transnacional e financeiro e das potências imperialistas".
Para isso, segundo Pomar, é necessário "aumentar a presença do investimento público, do Estado, das pequenas e médias empresas e as cooperativas; e aumentar a força política dos trabalhadores e dos setores progressistas" das classes médias.
As sessões do Foro de São Paulo serão abertas oficialmente nesta sexta-feira pelo ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, e se encerram no domingo, quando é esperada a presença do presidente da Bolívia, Evo Morales.