Prefeito de Buenos Aires diz que ciclo político se encerrou na Argentina


Em Buenos Aires

O prefeito de Buenos Aires, o opositor Mauricio Macri, que no domingo anunciou que irá concorrer nas eleições presidenciais de 2015, disse hoje que "claramente há um fim de ciclo" político na Argentina, e "não só do kirchnerismo, mas dos que governaram nos últimos 30 anos".

"Faz seis anos que governamos o distrito mais complexo da Argentina, com o governo nacional contra, e fizemos isso bem, com transformações que melhoraram a vida do povo. Achamos que podemos fazer isto em todo o país", afirmou hoje o dirigente conservador ao defender sua candidatura presidencial.

Apoiado pelos bons resultados de seu partido, o Proposta Republicana (Pro), na capital, o prefeito de Buenos Aires oficializou sua candidatura presidencial com o compromisso de "romper paradigmas e inovar".

O Pro ganhou na cidade de Buenos Aires na eleição para deputados (34,4%) e senadores (39,2%), ficando na frente de forças como a governamental Frente para a Vitória (Fpv) e a coalizão de centro-esquerda Unem.

Macri, que foi presidente durante 12 anos do Boca Juniors, lembrou que na ocasião também não acreditavam nele.

"Quando cheguei no Boca me diziam que era impossível fazer o que fiz. Cheguei na cidade e me disseram: 'isto não é um clube de futebol'. Mas fizemos mudanças que não tinha ocorrido em 30 anos. Agora me dizem que o país não é a cidade", argumentou.

O prefeito de Buenos Aires disse ainda que seu partido acredita em "uma mudança séria, uma mudança profunda" e com "muita gente nova na política".

Nas eleições de 2015, explicou que não contará em sua equipe "com aqueles que tenham feito parte de algum gabinete nacional", em referência a Sergio Massa, ex-chefe de gabinete da presidente Cristina Kirchner, que ontem venceu na província de Buenos Aires, principal distrito eleitoral do país, à frente da opositora Frente Renovadora.

"Todos os que estiveram (em algum governo) já tiveram sua oportunidade, hoje é tempo de outra gente. Em nossa lista vamos ter candidatos que não tenham participado de gabinetes durante as últimas décadas. Apontamos para uma verdadeira renovação", explicou Macri, que antecipou sua intenção de "abrir mesas de diálogo" com outros candidatos.

As eleições legislativas desenharam um novo mapa político na Argentina, no qual o governo se manteve como a primeira força em nível nacional com 33,1% na Câmara dos Deputados e 32,1% no Senado, mas perdeu nos cinco principais distritos do país.

O resultado dá à Fpv uma apertada maioria em ambas as câmaras, mas representa um forte retrocesso em relação ao 54% obtido nas eleições presidenciais de 2011.

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