Estados Unidos e Israel perdem direito a voto na Unesco

Em Paris

Estados Unidos e Israel perderam nesta sexta-feira (8) o direito a voto na Conferência Geral da Unesco por não terem pago sua contribuição desde 2011, após a admissão da Palestina como estado membro da organização da ONU.

A Organização da ONU para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco) aplicou seu regulamento interno, que indica que todo país que, sem justificativa, não estiver em dia com pagamento por mais de dois anos, perde direito de voto.

Os Estados Unidos, principal contribuinte do orçamento da Unesco, com 22% do total, e Israel suspenderam sua contribuição após a admissão da Palestina, e não pagaram pelos anos de 2011,2012,2013.


A decisão de retirar o voto a um país membro só pode ser tomada pela Conferência Geral, que reúne a todos os membros cada dois anos.

Tanto Estados Unidos como Israel tinham de prazo até a manhã desta sexta-feira para apresentar alegações para a falta de pagamento, mas por não tê-lo feito, o organismo aplicou a norma que tira o direito de voto.

Trata-se do artigo 4 da Constituição da Unesco, que estabelece que a suspensão de voto também corresponde a outros comitês e conselhos da organização, como o Conselho Executivo, do qual faz parte Estados Unidos.

A falta de pagamento dos Estados Unidos obrigou nos últimos anos à Unesco a congelar muitos de seus programas e a dispensar colaboradores.

A organização estabeleceu, inclusive, um plano de redução de pessoal, algo que nunca havia acontecido.

Não é a primeira vez que Estados deixam de pagar à Unesco. Em 1984, por desacordos entre a administração Ronald Reagan (1980-1988) com a "politização" da organização, os EUA deixam de fazer o pagamento. Quase 20 anos mais tarde, Washington retornou à Unesco.

Em outubro de 2011, o plenário da organização votou a inclusão da Palestina como estado membro, tornando-se a primeira agência da ONU a reconhecer a Palestina como estado..

A Casa Branca afirmou que uma lei interna a proíbe de contribuir para uma organização que acolha estados não reconhecidos pela ONU, e segue apelando, apesar da Assembleia Geral das Nações Unidas admitiu a Palestina como estado não membro ou observador em novembro de 2012.

 

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